Jornalista filmava abordagem policial a grupo identificado como neonazista quando foi empurrado e ameaçado; entidades jornalísticas repudiaram ação violenta
Texto: Guilherme Soares Dias I Edição: Nataly Simões I Imagem: Pam Santos
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O repórter Luís Adorno, do portal Uol, cobria as manifestações antirracismo na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (14), quando foi agredido por um policial militar. Adorno, que é negro, filmava uma abordagem da Polícia Militar (PM) a três jovens identificados como neonazistas, que teriam provocado manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro.
Um dos rapazes abordados pela PM vestia um agasalho com suásticas nazistas na manga. Enquanto gravava a abordagem, o repórter foi empurrado por um policial branco, sem identificação, o que fez cair o aparelho celular, e danificá-lo. Questionado pelo jornalista sobre a agressão, o PM respondeu: “Vem cá, vamos trocar uma ideia, o que você falou aí? O que você falou aí?”, e em seguida xingou o repórter.
O jornalista foi à delegacia para registrar ocorrência, e lá foi intimidado pelo mesmo PM que o agrediu. “Vamos trocar uma ideia, ficou com medo?”, disse o policial.
As informações são da Federação Nacional de Jornalismo (FENAJ), Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo e Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo Paulo (Cojira-SP). As entidades divulgaram nota em que repudiam a agressão, ameaça e intimidação do policial militar, e questionam o fato de o agente estar sem identificação, dificultando denúncia.
“O Sindicato, FENAJ e Cojira-sp cobram a devida responsabilização do agressor, e lembra que o Estado deveria ser garantidor dos direitos de manifestantes e jornalistas, e não violador”, ressaltam.