Em 2019 nos despedimos de homens e mulheres importantíssimos que, cada um a na sua maneira, colaboraram na luta antirracista no país
Texto / Redação | Edição / Simone Freire | Imagem / Leonardo Britto
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O ano começou com a despedida da poeta Tula Pilar Ferreira, vítima de uma parada cardíaca. Tula foi empregada doméstica, babá, cozinheira, funções que tantas mulheres negras e pobres ocupam e já ocuparam no Brasil. Em todas as profissões que desempenhou, foi insubmissa. E nos últimos anos de sua vida isso de demonstrava em seus textos, suas rimas e declarações. Em setembro, foi lançado o livro “Pilar: futuro e presente” em homenagem à poeta.
Toni Morrison, a primeira escritora negra a ganhar um prêmio Nobel de literatura, faleceu em agosto, aos 88 anos. A autora, comprometida com a luta contra o racismo, marcou a história da literatura não apenas por ter sido a primeira mulher negra a receber o Prêmio Nobel, em 1993, mas também por se tornar membro da Academia Americana de Artes e Letras e do National Arts Council.
No fim do ano, a fotógrafa Valda Nogueira, foi vítima de uma hemorragia interna. Povos, territórios, ancestralidade e cultura foram os temas centrais de seus projetos experimentais e documentais.
Também demos adeus ao educador José de Souza Queiroz, o Soró. Ele foi vítima de uma parada cardíaca enquanto se reunia com amigos na Comunidade Cultural Quilombaque, movimento que compunha na zona noroeste de São Paulo (SP).
Ele chegou na cidade como migrante, vindo do Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste, na década de 70. Em sua trajetória profissional, desistiu de empregos comuns e procurava aliar o trabalho em atividades que acreditava. Teve diversas experiências, sendo a defesa e a garantia dos direitos de crianças e adolescentes a mais relevante para ele.
Leandro Caproni, fotógrafo, foi vítima de uma colisão entre veículos, na zona leste de São Paulo, enquanto voltava para casa. Ele tinha 27 anos, era dono da produtora de vídeo Sem Cortes Filmes e videomaker oficial da Batekoo, movimento da comunidade negra.
Reinaldo Gonçalves Zacarias, mais conhecido como “Príncipe do Pagode”, cantor e compositor carioca nascido no bairro de Cavalcanti, na Zona Norte do Rio de Janeiro, faleceu em novembro.
Apaixonado pelo samba, ele deixou o emprego de bancário em 1977 para se dedicar à música. Pouco tempo depois, em 1980, ele se mudou para São Paulo, onde fez grande parte de sua carreira como sambista.