O Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciou um reforçou no atendimento aos povos de terreiros e comunidades tradicionais de matriz africana afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Inicialmente, foram entregues 102 cestas de alimentos em cinco municípios.
A entrega foi articulada pela Diretoria de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (DPMAT), que distribuiu as cestas para as lideranças de comunidades localizadas nas cidades de Eldorado do Sul, Guaíba, Montenegro, São Leopoldo e Sapucaia.
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De acordo com o MIR, nos próximos dias a distribuição será estendida para Alvorada, Canoas, Esteio, Porto Alegre, Viamão, Feliz, Maquiné, Sarandi, Taquari e Arroio do Meio. A previsão é que 480 cestas básicas sejam ofertadas para mais de 240 famílias.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a necessidade de reconhecer e incluir formalmente tais comunidades nos planos de emergência e calamidade, como ação fundamental para o fortalecimento da capacidade de resposta às emergências.
“A marginalização histórica e a vulnerabilidade social impostas a estas comunidades, as tornam particularmente suscetíveis aos impactos de desastres naturais e crises sociais. Sua inclusão nos planos de emergência garante seguridade e proteção a essas famílias”, afirmou a ministra em nota.
Além das entregas de cestas básicas, o ministério também destaca as ações continuadas realizadas com o apoio da pasta. No último mês foram cadastradas 75 cozinhas emergenciais de povos e comunidades tradicionais de matriz africana de terreiro.
A produção de marmitas das cozinhas comunitárias atendem aproximadamente 10 mil pessoas por dia. Junto com a produção alimentar, 14 comunidades estão em processo de credenciamento para oferecer alojamento. Os locais credenciados receberão apoio governamental com colchões, cobertores, e outros itens.
A entrega de alimentos para as comunidades reúne esforços federais, estaduais e de organizações da sociedade civil. Na esfera federal, participam o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O âmbito estadual conta com a participação da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, o Conselho Estadual de Povos de Terreiros, a Superintendência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Departamento de Igualdade Étnico Racial da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).
Entre as organizações de defesa da população negra do RS parceiras do MIR nas ações estão o Fórum Nacional de Segurança Alimentar (Fonsanpotma), a Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro), a Rede Afroambiental, o coletivo Mulheres de Axé do Brasil, a Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU) e o Conselho Estadual de Povos de Terreiro.