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São Paulo terá subcomissão para investigar genocídio de jovens negros

Assassinatos ocorridos na capital e ações dos órgãos de Segurança Pública serão analisados para criação de políticas públicas

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Getty Images

Imagem mostra o braço de uma pessoa negra levantado e com o punho cerrado.

Imagem mostra o braço de uma pessoa negra levantado e com o punho cerrado.

29 de abril de 2021

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou a criação de uma subcomissão de estudos sobre os homicídios de jovens negros e periféricos. A proposta é do mandato coletivo da Bancada Feminista e será uma ferramenta de denùncia do genocídio.

“Nossa ideia é promover um estudo sobre o genocídio da juventude negra em São Paulo, convidando especialistas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais. O produto final é a produção de um relatório que deve ser utilizado para a elaboração de políticas públicas na cidade”, diz a co-vereadora Paula Nunes, em entrevista à Alma Preta Jornalismo.

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A subcomissão vai apurar dados sobre o assassinatos de jovens negros relacionados a todos os órgãos de seguranca pública que atuam na cidade: Polícia Militar, Polícia Civil, Centros de Detenção Provisória, Penitenciárias e Fundação Casa.

Será proposta também a realização de audiências públicas, convocadas pela Comissão de Segurança, para ouvir as organizações civis de Direitos Humanos e os coletivos que atuam nos territórios periféricos na denúncia contra a brutalidade e letalidade policial.

“Nós estruturamos um grupo de trabalho sobre segurança pública do mandato da Bancada Feminista, em que parte dessas organizações estão participando. A nossa ideia é construir todo o trabalho da subcomissão em diálogo direto com eles”, detalha a co-vereadora. Paula também é ativista do movimento de juventude Afronte e do movimento negro desde 2012.

A reunião da Comissão de Segurança Pública que aprovou a criação da subcomissão aconteceu no início da tarde desta quinta-feira (29). No Brasil, entre as vítimas dos crimes violentos, predomina o perfil jovem e negro.

“A Câmara precisa assumir a função de produzir dados e embasamento com a consulta nos órgãos oficiais e nas entidades para saber como esse padrão é reproduzido na cidade, especialmente pela violência policial”, finaliza a co-vereadora da Bancada Ativista.

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