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STF amplia prazo para governo de SP definir critérios de uso de câmeras corporais na PM

Ministro Barroso concede mais 30 dias para o estado detalhar prioridade na adoção dos equipamentos e indicadores de eficácia
Câmera corporal da PM de São Paulo. Foto registrada em dezembro de 2024.

Câmera corporal da PM de São Paulo. Foto registrada em dezembro de 2024.

— Paulo Pinto/Agência Brasil

12 de fevereiro de 2025

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, concedeu um prazo adicional de 30 dias para o Governo do Estado de São Paulo apresentar informações detalhadas sobre a implementação de câmeras corporais na rotina dos policiais militares.

O estado precisa definir a ordem de adoção prioritária dos equipamentos, com base nos riscos de letalidade policial, e indicar quais indicadores serão utilizados para avaliar a efetividade da política pública.

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O prazo foi solicitado pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP) na Suspensão de Liminar (SL) 1696, na qual o ministro determinou o uso obrigatório das câmeras pelos policiais militares paulistas. O prazo inicial, estabelecido em 9 de dezembro, era de 45 dias, mas a procuradoria alegou que o Centro de Inteligência da Polícia Militar necessita de mais tempo para coletar e analisar os dados necessários.

Com o novo prazo, São Paulo tem até o início de março para apresentar as informações solicitadas pelo STF.

Regras para o uso das câmeras corporais

Em decisões anteriores, Barroso já havia estabelecido regras claras para o uso das câmeras. O equipamento é obrigatório em operações de grande porte ou que envolvam incursões em comunidades vulneráveis, com o objetivo de restaurar a ordem pública. Além disso, as câmeras devem ser utilizadas em operações que respondam a ataques contra policiais militares.

A implementação das câmeras corporais na Polícia Militar do Estado de São Paulo tem sido debatida intensamente, especialmente diante de questionamentos sobre o impacto da medida na transparência das ações policiais e na redução da letalidade. O STF busca garantir que o Estado estabeleça critérios claros para a distribuição dos equipamentos, priorizando áreas e situações de maior risco.

Redução da letalidade da população negra

Enquanto São Paulo ainda precisa definir os critérios para a adoção dos equipamentos, um estudo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) reforça os efeitos positivos da medida. Segundo o relatório “Câmeras Corporais: Uma Revisão Documental e Bibliográfica”, a adoção das câmeras corporais pela Polícia Militar de São Paulo resultou em uma queda de aproximadamente 57% na letalidade policial contra a população negra

A pesquisa também apontou uma redução na força empregada pelos agentes durante as abordagens, variando entre 25% e 61%, dependendo do contexto da operação.

Além dos efeitos diretos sobre a violência policial, os dispositivos também trouxeram avanços no combate à violência doméstica. Com o uso das câmeras, houve um aumento significativo nas notificações desse tipo de crime. Em Santa Catarina, os registros subiram 69%, enquanto em São Paulo o crescimento foi ainda maior, alcançando 101%.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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