O Ministério da Saúde integrou, nesta quinta-feira (21), a vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). A ministra Nísia Trindade anunciou que a vacinação com o novo imunizante deve começar em fevereiro de 2024.
No primeiro momento, a vacina conhecida como Qdenga não será disponibilizada em larga escala, uma vez que o laboratório fabricante, Takeda Pharma, afirmou que possui uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em regiões e públicos prioritários.
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De acordo com a ministra, a transferência de tecnologia está em negociação. Trindade afirmou que o Instituto Butantã e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) são dois grandes laboratórios “com capacidade de produção para chegarmos à escala de que nosso país e população precisam“.
A previsão é que sejam entregues 5,082 milhões de doses entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses, indicadas para a faixa etária de quatro a 60 anos. Segundo a Anvisa, a vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da dengue e poderá ser aplicada em quem já teve a doença.
Até este ano, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. Entretanto, o imunizante é recomendado somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue. Essa vacina protege contra uma possível segunda infecção, que, no caso da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.
O processo de análise e incorporação da vacina foram feitas rapidamente pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec). O imunizante passou por todas as análises da comissão, que recomendou sua incorporação.
Em 2023, o Brasil registrou um aumento de 15,8% nos registros de dengue em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme dados do Ministério da Saúde, o número de casos passou de 1,6 milhão este ano.