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Terreiro de umbanda em Maricá (RJ) é alvo de depredação e incêndio

Prefeitura de Maricá e Polícia Civil investigam ataque motivado por intolerância religiosa
Imagem do Centro Espírita Axé das Almas, um terreiro de umbanda localizado no bairro de Itaipuaçu, em Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, depredado.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Maricá

15 de julho de 2024

Na madrugada do sábado (13), o Centro Espírita Axé das Almas, um terreiro de umbanda localizado no bairro de Itaipuaçu, em Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, foi alvo de um ataque de depredação. Os agressores incendiaram o espaço e destruíram diversas imagens e utensílios religiosos.

A prefeitura de Maricá expressou seu repúdio à violência em nota, destacando que a natureza dos objetos destruídos levanta a suspeita de que o ataque foi motivado por intolerância religiosa. A Secretaria Municipal de Assuntos Religiosos está acompanhando as investigações e oferecendo total apoio e solidariedade ao terreiro.

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A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar o crime. A coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro), Mãe Nilce de Iansã, que foi contatada pela Agência Brasil, afirmou que ainda não tinha detalhes sobre o ocorrido. Ela lamentou a persistência do racismo religioso e a falta de políticas públicas eficazes para enfrentar a questão, destacando que pesquisas sobre o tema foram apresentadas à Organização das Nações Unidas (ONU).

O Centro Espírita Axé das Almas continua a aguardar as investigações enquanto a comunidade e as autoridades buscam respostas e soluções para prevenir futuros incidentes de intolerância religiosa.

Crescente dos casos de intolerância religiosa

Em janeiro deste ano, o JusRacial conduziu um levantamento que revelou um aumento de processos por racismo e intolerância religiosa. Entre 2009 e 2023, houve um crescimento de 17.000% de processos judiciais relacionados aos dois crimes. Só em 2023, a iniciativa contabilizou aproximadamente 176 mil processos em andamento em todas as instâncias da Justiça, inclusive nos tribunais superiores.

Dados mais recentes do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela (CRNM), apontou 70 denúncias de racismo e intolerância religiosa somente na Bahia. Segundo informações, desse total, 46 casos foram de racismo, 18 de intolerância religiosa e seis ocorrências correlatas.

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais  (Sepromi) do estado baiano destacou que há uma possível subnotificação de casos, decorrente da falta de conhecimento sobre os direitos e os canais de denúncia existentes.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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