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Universitário negro denuncia abordagem racista de seguranças da PUC-Campinas

Estudante relata que foi perseguido e constrangido por seguranças no campus 1 da instituição de ensino superior
A imagem mostra a biblioteca do campus 1 da PUC-Campinas.

A imagem mostra a biblioteca do campus 1 da PUC-Campinas.

— Reprodução /PUC-Campinas

16 de maio de 2025

Um jovem negro, estudante da Pontifícia Universidade Católica (PUC), registrou um boletim de ocorrência após ser constrangido por seguranças no campus 1 da instituição de ensino, em Campinas (SP).

Em vídeo publicado no Instagram, na quinta-feira (15), Gabriel Domiciano explica que foi seguido por dois vigilantes enquanto caminhava do estacionamento até a sala de aula. 

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“Quando eu olhava pra trás, eu via o guarda me seguindo pelo canteiro. […] Eu atravessei para o outro lado e fiquei olhando a movimentação. Até que vi o carro da guarda rondando, fazendo o retorno e voltando”, contou a vítima na publicação. 

Ao entrar no prédio do curso de Relações Públicas, do qual é aluno, o jovem parou para ir ao banheiro antes de seguir para a aula. No depoimento, Gabriel relata que havia dois seguranças o aguardando na saída do banheiro.

“Eles estavam em pé, parados e esperando para me perguntar o que eu estava fazendo ali. E se eu era aluno da faculdade. […] Eu estudo há quatro anos na PUC”, explicou.

Os guardas ainda o acompanharam até a sala de aula para verificar com o professor se ele realmente era um aluno matriculado na universidade. Após confirmação do docente, os vigilantes teriam respondido que era o procedimento de segurança padrão da faculdade.

“Eu nunca me senti tão constrangido e tão envergonhado na minha vida. […] Em quatro anos, eu nunca vi isso acontecer com qualquer outra pessoa que não fosse preta”, desabafou a vítima.

Gabriel conta que procurou a chefe da equipe de segurança, que também alegou ser o procedimento padrão. Segundo o jovem, dois casos semelhantes ocorreram com outros estudantes negros da instituição. 

Em nota à imprensa, a Pontifícia Universidade Católica de Campinas informou que o caso será apurado pela instituição, que abrirá sindicância para investigar os fatos. A PUC também declarou repudiar veementemente qualquer ato ou manifestação de racismo ou discriminação.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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