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Via obstruída por empresa é liberada após protesto de comunidade em Belém

Desde terça-feira (15), cerca de 2 mil moradores estavam sem conseguir acessar a via em razão de um bloqueio realizado pela empresa Arapari Navegação
Comunidade da Vila da Barca, em Belém.

Foto: Divulgação

17 de outubro de 2024

A Passagem Praiana, localizada no bairro do Telégrafo, em Belém (PA), foi liberada após protesto da comunidade da Vila da Barca, no final da tarde de quarta-feira (16). Desde terça-feira (15), cerca de 2 mil moradores estavam sem conseguir acessar a via em razão de um bloqueio realizado pela empresa Arapari Navegação.

De acordo com moradores, a Passagem Praiana fica entre um campo e um prédio abandonado há mais de 20 anos, ambos de propriedade da Arapari Navegação. Na noite de terça, a empresa mandou colocar contêineres e tanques de combustível na via para bloquear a passagem, com a alegação de que a área é de propriedade privada do empreendimento.

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Mas, após uma negociação entre a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e a empresa Arapari Navegação, a via foi desobstruída por volta de 17h de quarta-feira (16). De acordo com a prefeitura, o acordo com a empresa foi amigável.

A medida é uma resposta ao movimento de moradores, que fechou as entradas de um terreno da empresa para reivindicar a liberação da passagem. Por ser a rua mais larga, é por ela que os serviços de coleta de lixo, ambulância e caminhões de entrega conseguem acesso rápido. 

Um dos representantes da Associação de Moradores da Vila Barca, Gerson Siqueira, relata os prejuízos causados pela perda da via de acesso. 

“Na noite de terça-feira, a comunidade foi surpreendida com a empresa, que colocou maquinários e seguranças na rua, fechando completamente a passagem e impedindo a população de ir e vir das suas casas. Idosos e pessoas com dificuldade de locomoção ficaram ainda mais prejudicados. Então, a gente se reuniu, fez um protesto e chamou as autoridades, para que o poder econômico não se imponha sobre a dignidade da população”, explicou.

Vila da Barca

O projeto da Vila da Barca foi iniciado em 2003, lançado pelo prefeito Edmilson Rodrigues, com a previsão de construção de 618 unidades. As gestões municipais seguintes retiraram do projeto 308 apartamentos e 16 comércios. 

No retorno à Prefeitura, Edmilson, em 2021, retomou as obras. Das 198 unidades, haverá entrega de 130 unidades habitacionais até o final do ano, quando encerra a gestão do atual prefeito.

A Prefeitura de Belém retomou também a fase de regularização dos imóveis para dar garantia e segurança às famílias que moram no empreendimento. A Vila da Barca é considerada a maior comunidade em palafitas da América Latina.

Deputada é uma das sócias da empresa, mas afirmou que não participa de decisões administrativas

Conforme noticiado ontem (16), pela Alma Preta, a deputada estadual Ana Cunha (PSDB-PA), que é uma das sócias da Arapari Navegação junto a seus familiares, foi acusada de ser a responsável pelo fechamento da via de acesso à Vila da Barca.

Em nota à reportagem, a assessoria de comunicação de Ana Cunha primeiramente disse que a empresa pertence à família dela e que a parlamentar não exerce controle sobre as decisões administrativas do empreendimento. Por essa razão, ela não teria tomado conhecimento sobre o ocorrido na Vila da Barca. 

O posicionamento da parlamentar entra em conflito com informações oficiais do site da Receita Federal, onde Ana Cunha aparece entre os sócios da empresa Arapari Navegação.

Após ser questionada sobre isso, a assessoria da deputada retificou à Alma Preta que a deputada Ana Cunha, “embora seja uma das acionistas da empresa Arapari Navegação, não exerce controle sobre suas decisões administrativas”.

  • Fernando Assunção

    Atua como repórter no Alma Preta Jornalismo e escreve sobre meio ambiente, cultura, violações a direitos humanos e comunidades tradicionais. Já atua em redações jornalísticas há mais de três anos e integrou a comunicação de festivais como Psica, Exú e Afromap.

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