Segundo a Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher Negra, realizada pelo DataSenado, cerca de 53% das mulheres negras vítimas de algum tipo de violência doméstica sofreram a primeira agressão antes dos 25 anos.
O estudo também indica um percentual significativo para aquelas que foram vítimas entre os seis e 18 anos, somando 30% do total. Entre as diferentes formas de violência, o documento aponta que 87% das mulheres negras relataram ter sofrido com agressões psicológicas. As vítimas de violência física somaram 78% das entrevistadas.
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O levantamento foi feito em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência e ouviu mais de 13 mil autodeclaradas pretas ou pardas, com 16 anos ou mais, de todas as unidades federativas do país. O recorte racial foi justificado pela vulnerabilidade deste grupo social que, conforme aponta o Sistema Nacional de Segurança Pública (Sinesp), representou 62% das vítimas de violência sexual no ano de 2022.
Os casos de violência sexual vitimaram 25% das mulheres negras. Já a violência patrimonial, quando o agressor retém dinheiro ou documentos para cercear a liberdade da vítima, afetou 33% das participantes da pesquisa.
O levantamento ainda analisou a modalidade de acolhimento buscado pelas vítimas, e registrou que a maioria (60%) buscaram auxílio com familiares. Para 45% das participantes, a ajuda foi buscada em igrejas e 41% solicitou auxílio para amigos. Apenas 32% recorreram à delegacias comuns e 23% procuraram atendimento na Delegacia da Mulher.
Mesmo com um percentual expressivo de mulheres negras que foram atendidas pela polícia (55%), apenas 28% solicitaram medidas protetivas. Nos casos em que houve a determinação judicial pelo afastamento, 48% foram descumpridas pelos agressores.
Texto com informações da Agência Brasil