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‘Você combate ou finge que não vê?’: campanha denuncia racismo em ambientes corporativos

Mapa da Representatividade da Publicidade Brasileira guiou olhar antirracista do projeto
Imagem mostra uma peça publicitária antirracista composta por fotografias de olhares de pessoas negras em um fundo verde.

Foto: Agência Ganda

28 de novembro de 2023

Uma pesquisa realizada pelo portal vagas.com, empresa de soluções tecnológicas de recrutamento e seleção, mostrou que apenas 0,7% de mulheres e homens negros alcançam posições em cargos de direção no Brasil. Os negros, no entanto, são maioria apenas em posições operacionais (47,6%).

Diante deste cenário, a campanha “Você combate ou finge que não vê?” aborda o tema do racismo em ambientes corporativos. Idealizada pela Ganda Lab Criativo, agência pernambucana de inovação, a peça visa destacar a importância de reconhecer e combater atitudes discriminatórias. A campanha foi construída em parceria com o MINAS, projeto de equidade de gênero do Porto Digital.
A ideia da campanha parte dos dados do Mapa da Representatividade da Publicidade Brasileira, estudo realizado pela Aliança sem Estereótipo, iniciativa da ONU Mulheres. Além de constatar o viés racista presente na publicidade, a pesquisa constatou que o público e o algoritmo têm uma comoção coletiva, dando mais visibilidade para campanhas estreladas por crianças brancas, por isso a escolha de Helenira Fernandes para protagonizar a peça.

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Agência Ganda

Em entrevista à Alma Preta Jornalismo, Bruna Monteiro, CEO da agência, também compartilhou essa mesma percepção do time. “Entendendo essa estrutura, criamos o vídeo de uma menina branca contanto a realidade que uma mulher negra passa no mercado de trabalho a partir do lema ‘não podemos naturalizar a violência’, porque é isso que acontece, quando é um corpo negro as pessoas naturalizam, mas quando é um corpo branco, as pessoas veem com estranheza, e foi esse o impacto que buscamos alcançar”.

Ao defender o empoderamento econômico como uma ferramenta de transformação, Bruna ressalta que a pauta da inclusão produtiva é um dos pilares da agência por trás da campanha antirracista.

“Quando a gente chega nesses dados, de que 80% das pessoas que fazem parte de grupos minoritários declaram que já foram vítimas ou presenciaram situações de preconceito, assédio e discriminação, a gente precisa falar sobre como o mercado de trabalho está ou não acolhendo as pessoas”, diz.

“Não tem como as pessoas serem as suas potências e fazer soluções criativas se elas não estão sendo respeitadas por serem quem elas são”, defende a CEO. “É importante debater sobre o racismo no mercado de trabalho porque ele existe, e além de existir ele está impedindo que empresas cresçam e que o mundo também se transforme para ser um lugar melhor, porque essas pessoas são potenciais criadores de soluções.”

“A comunicação transforma o mundo, porque a gente vê isso, na prática, em várias campanhas. Mas, mais do que isso, precisamos pensar em quem está criando essa comunicação. A Ganda é uma empresa antirracista que trabalha com mulheres e pessoas LGBTQIA+, e que entende que o poder da diversidade e inclusão vai transformar, por isso precisamos dar oportunidades”, conclui.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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