A marca Ypê foi criticada por colocar na Avenida Oceânica, região rica de Salvador (BA), a escultura de uma mão negra segurando um produto de limpeza da empresa.
Segundo o jornal Metro1, o objeto, que faz parte de uma ação promocional da empresa, já foi retirado do local.
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A professora Bárbara Carine, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), denunciou a peça em um vídeo publicado no Instagram. Para ela, a escultura reforça o estereótipo escravagista de manutenção de pessoas negras em espaços subalternizados socialmente.
“[A peça] tem uma lógica da serviçal, que reservam a mulheres negras esse papel, esse lugar. Prefeitura, dá uma olhada que isso tá feio. Ypê, tire essa p*rra da nossa cidade. Não reforce mais esse estereótipo de pessoas negras serviçais. A gente não se coloca nesse lugar. A gente nunca se colocou nesse lugar e, mais do que nunca, a gente não permite”, disse a escritora no vídeo que intitulou como “a mão visível do racismo”.
A publicação, que já tem mais de 30 mil curtidas e 400 mil visualizações, tem concordância pela maior parte dos usuários, que reforçam o questionamento sobre o racismo na atitude da empresa.
Ainda ao Metro1, a Ypê alegou que a escultura faz referência ao personagem Mãozinha, do filme “A Família Addams” (1991).
“O personagem protagoniza uma campanha lançada em outubro na qual o Mãozinha limpa a casa da ‘Família Addams’. A ativação itinerante faz parte da ação de comunicação que contemplava além da escultura do personagem, totem eletrônico com pôster da campanha e ambientação em abrigo de ônibus. A exposição também passou por São Paulo e Campinas e já foi encerrada”, afirmou a marca.