O novo volume do Caderno Afro Memória é dedicado ao movimento hip hop. A publicação lançada na sexta-feira (17) é organizada pelo Afro Memória, projeto de pesquisa do Afro, Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Inspirada pela letra “Raio X do Brasil”, do álbum dos Racionais MC’s, a socióloga Daniela Vieira revisita essa obra na carta de apresentação da nova edição do caderno. A nova edição inclui 12 artigos que destacam o movimento hip hop como um importante guardião das memórias e experiências da população negra no Brasil e no mundo.
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A publicação também celebra a chegada do primeiro acervo sobre o hip hop brasileiro ao Arquivo Edgard Leuenroth da Universidade de Campinas (Unicamp). Este acervo foi doado por King Nino Brown, historiador autodidata e militante do movimento hip hop, e pelo jornalista Alexandre de Maio, editor da revista RAP Brasil.
Entre os itens do acervo estão documentos textuais, bibliográficos e audiovisuais que registram a trajetória de King Nino Brown na valorização da cultura hip hop no Brasil, além de biografias de músicos e líderes do movimento negro e publicações da imprensa alternativa e marginal.
Na carta de apresentação, Vieira destaca a importância do hip hop como um movimento que ensina e transforma vidas, especialmente ao completar 50 anos em 2023.
“Ao entendermos que o hip hop ensina e transforma vidas, sendo no tempo presente um ‘senhor de meia idade’, pois completou 50 anos em 2023, é possível recuperar parte das memórias dessas experiências artísticas negras afrodiaspóricas e acondicioná-las para, sobretudo, formar estudantes negras e negros, contribuindo com fontes e problemas de pesquisa inéditos”, afirma.
A nova edição do Caderno Afro Memória inclui depoimentos de figuras importantes do movimento, como Alexandre de Maio e King Nino Brown, além de relatos de artistas mulheres, incluindo a primeira rapper brasileira, Sharylaine, que assina um artigo com Chris Lady Rap.