A escritora Conceição Evaristo será a homenageada da Festa Literária das Periferias (Flup) 2025, que ocorrerá de 20 a 29 de novembro do próximo ano. Pela primeira vez, o festival prestará homenagem a um autor em vida, o que, segundo os organizadores, reflete a valorização de figuras ativas e transformadoras. A informação foi dada pela Agência Brasil.
Considerada uma das principais referências da literatura brasileira e internacional, Conceição recebeu emocionada a notícia do convite enquanto participava de um debate na Flup 2024, ao lado da escritora inglesa Bernardine Evaristo. A autora destacou, durante o evento, que “escrever é um ato de resistência ancestral”.
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Festival Literário das Periferias em 2024 foi marcada pela presença feminina
Realizada no Circo Voador, no Rio de Janeiro, a edição deste ano da Flup reuniu literatura, música e performances culturais, promovendo reflexões sobre ancestralidade, feminismo e transformação social. Durante sete dias, mais de 31.997 pessoas participaram presencialmente do evento, que também alcançou 13.324 visualizações online por meio dos canais Flup e Futura no YouTube.
Entre os destaques da programação literária estiveram nomes como Mame-Fatou Niang, Ana Paula Lisboa, Cidinha da Silva, Jurema Werneck, Sueli Carneiro, Flávia Oliveira e muitas outras intelectuais e escritoras negras. A curadoria internacional foi assinada por Mame-Fatou Niang, pesquisadora franco-senegalesa especialista em negritude contemporânea na França.
Além das mesas literárias, a Flup ofereceu apresentações culturais de artistas como Lia de Itamaracá, Dona Onete, Ilê Aiyê, Fabiana Cozza e as Pérolas Negras (Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta). Atividades como rodas de samba, batalhas de vogue e do passinho, slam e poesia completaram a programação, reforçando a conexão entre literatura e manifestações culturais periféricas.
Em 2024, a Flup homenageou Beatriz Nascimento, uma das intelectuais mais importantes dos estudos afro-diaspóricos no Brasil, celebrando sua contribuição para a valorização das histórias negras e da resistência coletiva.
Outro ponto marcante foi o levantamento realizado nas favelas cariocas sobre os hábitos de leitura em comunidades como Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré e Providência. A pesquisa reforçou a importância de democratizar o acesso à literatura e promover espaços de discussão e representatividade nas periferias.