Com a vitória do enredo “História para ninar gente grande”, a escola conquista seu 20º prêmio na competição
Texto / Simone Freire
Imagem / Tomaz Silva/Agência Brasil
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A Estação Primeira de Mangueira foi a escola de samba campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro em 2019. A escola levou para a avenida a história ‘não oficial’ do Brasil, evidenciando a resistência de negros e indígenas no país. A apuração aconteceu na tarde desta quarta-feira (6).
Neste ano, a música “História para ninar gente grande”, do carnavalesco Leandro Vieira, conquistou a pontuação máxima no quesito samba enredo. A letra fez menção à “história que a história não conta”, de um país que “não está no retrato”, mas tem “sangue retinto pisado”.
A comissão de frente da escola também conquistou a pontuação máxima na apuração, tirando das molduras personagens considerados heróis como Pedro Álvares Cabral, Marechal Deodoro da Fonseca e Princesa Isabel, e colocando em seu lugar heróis e heroínas das resistência negra e indígena no país.
Um dos momentos mais marcantes da apresentação foi a aparição de Cacá Nascimento, cantora de 11 anos, que foi destaque trazendo uma faixa escrito “Presente”, em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
Com um tom bastante crítico, a escola levou para avenida imagens controversas, como o carro alegórico que buscou fazer uma releitura do Monumento às Bandeiras, fixado em São Paulo (SP). A obra aparece pichada de vermelho, representando o sangue derramado pelas ações violentas dos bandeirantes ao explorarem a terra recém “descoberta” pelos europeus.
Em uma hora e quinze minutos de desfile, a escola também relembrou as trajetórias de mulheres negras como Acotirene, matriarca do Quilombo dos Palmares, e Adelina Charuteira, da campanha contra a escravidão no Maranhão, além de Chico da Matilde, jangadeiro negro que lutou para impedir o embarque de escravos no Ceará e foi importante para abolição da escravidão na região.
Apuração
O segundo lugar da competição foi da escola Viradouro, seguida da Vila Isabel, Portela e Salgueiro. As escolas Imperatriz Leopoldinense e Império Serrano foram rebaixadas para a Série A do carnaval no Rio.