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Filme expõe violência política de gênero e convoca à ação por eleições representativas

Dirigido por cineasta indicada ao Emmy, o curta-metragens acompanha bastidores do trabalho de parlamentares negras
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).

— Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

4 de maio de 2025

O curta-metragem “Assumindo as Narrativas” escancara os desafios enfrentados por mulheres candidatas e eleitas no Brasil, com foco na violência política de gênero, especialmente no ambiente digital. 

O filme, ainda sem data prevista para lançamento, é fruto de uma colaboração entre a organização AzMina, o InternetLab, o Núcleo Jornalismo e o Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia (LABHUFBA). As instituições monitoraram, ao longo dos três últimos períodos eleitorais, os impactos da violência política de gênero na internet sobre campanhas e mandatos de mulheres e grupos historicamente marginalizados.

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Dirigido pela cineasta Michelle Chevrand — indicada ao Emmy Internacional pela série documental “O Caso Evandro” — o curta acompanha os bastidores da atuação de parlamentares como as deputadas federais Benedita da Silva (PT-RJ) e Erika Hilton (PSOL-SP), além da vereadora carioca Joyce Trindade (PSOL). 

O filme também registra um debate sobre o tema com pesquisadoras do MonitorA e com as candidatas à Câmara Municipal de São Paulo Carmen Silva e Marina Bragante.

A narrativa do documentário é construída a partir de uma pesquisa sobre o cenário político nacional, tanto nas redes sociais como fora delas. Um levantamento do MonitorA revelou que, somente no segundo turno das eleições de 2024, foram coletados 6.673 comentários potencialmente ofensivos nas redes sociais. Entre as interações confirmadas como ataques direcionados a candidaturas, 68,2% tinham como alvo mulheres.

“É essencial monitorar a violência, coletar dados e refletir sobre formas de enfrentamento da violência política. Precisamos chamar atenção para esse fenômeno e pensar, coletivamente, estratégias para garantir a presença das mulheres e de pessoas marginalizadas nos espaços políticos”, destaca a coordenadora de pesquisa do InternetLab.

À Alma Preta, a vereadora Joyce Trindade compartilhou sua experiência com ataques e perseguições durante a campanha. “Houve uma perseguição direta. Precisei afastar mulheres da minha equipe por questões de segurança, além das ameaças armadas e físicas. Também fui alvo de ataques digitais por parte de homens que descobriram minha candidatura”, relata.

O curta, convida o público a refletir sobre a urgência de políticas públicas, ações institucionais e mobilizações sociais que garantam um ambiente político mais seguro, diverso e representativo.

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  • Estudante de Jornalismo na USJT e moradora da periferia da zona sul de São Paulo, atua na comunicação inclusiva e acessível, com foco no jornalismo periférico. Comprometida com a valorização da cultura indígena e com a ampliação do espaço das mulheres na sociedade, também é apaixonada por música e cinema nacional.

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