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Lives de personalidades negras viram ponto de encontro em tempos de quarentena

4 de maio de 2020

Transmissões ao vivo pelo Instagram, Facebook e Youtube mantém fãs engajados

Texto / Guilherme Soares Dias | Edição / Simone Freire | Imagem / Divulgação

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 As lives, ou transmissões ao vivo, pelas redes sociais, em especial pelas plataformas do Facebook e do Instagram, tornaram-se uma forma de artistas, influencers negros, e mesmo veículos da imprensa como o próprio Alma Preta, a manter contato direto com o público durante o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, o novo coronavírus. 

É o caso da cantora Teresa Cristina que, diariamente, direto da sua casa no Rio de Janeiro, comanda uma transmissão ao vivo de um encontro que, na verdade, parece um boteco virtual: tem participações especiais dos amigos da cantora – muitos cantam, outros só comentam a noite –, tem paquera entre os participantes que flertam pelos comentários, debate sobre questão racial, e temas musicais diversos, que vão de um CD todo do Djavan, passando pela Bahia e pelo sambista Arlindo Cruz. “Não tenho estratégia. O assunto que abordo são definidos na hora. Tenho feito todo dia. Programo de um dia para o outro. Hoje é sobre a cantora Simone”, avisa ela.

Entre as participações especiais já estiveram Majur, Daniela Mercury, Maria Gadu, Roberta Sá, Maíra Azevedo, a Tia Má, entre outras. A cantora senta na frente do celular, abre uma cerveja e começa a cantar a capela. Nem sempre ela consegue ler os comentários feitos enquanto canta ou as conversas do público. As lives seguem madrugada à dentro e vez ou outra Teresa Cristina levanta para ir ao banheiro. Não tem câmeras, ajudantes, nem superprodução.

As lives começaram desde o início da quarentena e há cerca de 21 dias elas passaram a ser diárias, sendo uma ótima pedida para ter companhia e encontrar pessoas no fim de noite. Não tem patrocínio ou apoio de nenhuma marca, mas garante a felicidade dos fãs da cantora, já que pelo menos 2 mil pessoas a acompanham a cada noite..
Entre as bandas que fazem sucesso com o público negro, o Raça Negra, somente com o vocalista Luiz Carlos reuniu grande público ao realizar live no último dia 21 de abril pelo Youtube. O cantor Edson Gomes foi polêmico na live de 1 de maio ao citar passagens de cunho evangélico entre um reggae e outro. Já o Olodum agitou o pré-feriado (30 de abril) e o cantor Belo fez um show em 22 de abril. As transmissões são divulgadas nas páginas de cada artista.

Já os influencers têm aproveitado para tratar de temas diversos. O fotógrafo Roger Cipó, por exemplo, incentiva o flerte entre pessoas negras de quinta-feira a sábado sempre depois das 23h. “É uma troca de experiência sobre amor. Convido especialistas ligados a área de sexualidade ou afeto e questões que passa pela comunidade negra para ter uma conscientização”, afirma.

Sem nome oficial, a transmissão ao vivo foi batizada pelos internautas como #blacktinder #tinderdocipo e conta com poesias eróticas com a intenção de facilitar o encontro amoroso de pessoas negras, mesmo diante de uma pandemia. O pico de espectadores chegou a 6 mil pessoas.

Já o jornalista Raoni Oliveira, apresentador da TVEBahia, realiza lives de segunda a sexta-feira #livedorao desde o começo do mês de abril sobre temas como sexo, como ser influenciador digital, SUS, história, abrindo espaço para divulgação de microempreendedores.”Tenho trazido pessoas que têm engajamento digital grande, quase 100% delas negras”, afirma.

A Tia Má tem feito lives sobre relacionamento abusivo (tema do seu livro), Big Brother Brasil, entre outros, enquanto a rapper e influenciadora Stella Yeshua liga a câmera no sofá de casa e conversa com seu público ao lado da mãe. O comediante Yuri Marçal costuma falar sobre os assuntos do dia de forma engraçada levando quem o assiste aos risos.

Nós aqui do Alma Preta temos discutido os impactos diversos da Covid-19 em diferentes setores ligados à população negra. São tantas opções que tem tema para todo mundo se distrair sem sair de casa.

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