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Megamural de artista pernambucano exalta brasilidade e beleza negra em São Paulo

A obra faz parte da série "A Cara do Brasil", criada a partir de uma pintura em tela, e ganhou nova vida e escala no centro da capital paulistana
Megamural de artista pernambucano exalta brasilidade e beleza negra em São Paulo

Foto: Divulgação/Vraz

5 de janeiro de 2025

A cidade de São Paulo ganhou um novo megamural do renomado artista recifense Max Motta. Intitulada “Verde Louro”, a obra de 360 metros quadrados celebra a cultura brasileira, retratando uma mulher negra em um cenário vibrante que evoca memórias afetivas e uma forte conexão com a natureza.

Originalmente apresentada como uma pintura em tela na exposição “Riso Largo”, em Belo Horizonte, a obra integra a série “A Cara do Brasil”, desenvolvida pelo artista, e ganhou nova dimensão e impacto ao ser transformada em um megamural, localizado na Avenida Lins de Vasconcelos, nº 1961, no bairro do Cambuci.

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Com produção da Gentilização, o imenso mural foi viabilizado pelo projeto Museu de Arte de Rua (MAR), promovido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo.

A escolha do Cambuci para abrigar a obra não é por acaso: o bairro, vizinho à Liberdade e à Vila Mariana, carrega um peso histórico, refletindo a interseção da arte urbana com a memória de resistência negra na cidade.

No megamural, Max Motta apresenta a imagem de uma mulher negra, de sorriso largo e radiante, em um cenário onde se entrelaçam elementos naturais e culturais. Vestida com um vestido magenta adornado por rendas de bico e coroada com flores amarelas e magentas que enfeitam seus cabelos cacheados, ela representa a força, feminilidade e beleza da mulher negra.

O louro, ave nativa do Brasil, simboliza a conexão entre o ser humano e a natureza, evocando uma sensação de leveza e alegria. As flores de hibisco vermelhas completam a composição, trazendo à tona a nostalgia dos jardins afetivos e familiares, oferecendo um acolhimento visual que atravessa gerações.

“Verde Louro tem a ver com a brasilidade e é um reflexo da minha série “A Cara do Brasil”. O louro, nome do papagaio, também faz referência a um trecho do nosso hino nacional. Essa obra traz a tipicidade brasileira, com trajes e flores que a gente encontra nos nossos jardins urbanos, sendo saturada pela energia vibrante das cores”, explica Max Motta.

O artista

Max Motta é um artista visual natural do Torrões, um bairro periférico do Recife, onde cresceu e descobriu seu talento para o desenho aos quatro anos. Aos 13, iniciou sua trajetória profissional no graffiti, e desde então suas obras têm transformado muros de várias cidades em telas que contam histórias poderosas.

Influenciado por mestres como Caravaggio e Rembrandt, o artista absorve as nuances da arte clássica em suas telas, aplicando-as também de maneira única e ousada na arte urbana.

Ativista da luta antirracista, Max retrata com frequência a diversidade das peles negra e indígena, além do cotidiano dos trabalhadores brasileiros em suas obras.

Seu trabalho vai além da técnica: é uma alegoria política e uma expressão de otimismo em relação a uma classe historicamente subjugada. Ao desafiar as convenções de matiz e luminosidade, ele cria uma narrativa visual que busca celebrar a extraordinária beleza da cultura negra.

Max Motta tem se destacado como um dos principais nomes da arte urbana brasileira, com uma trajetória marcada por importantes exposições e intervenções públicas. Em 2022, Max Motta deu início à série A Cara do Brasil, com a primeira edição realizada em Belo Horizonte e a segunda em Recife.

Em seguida, apresentou a terceira edição, Sangue, Alma e Coração, na Casa Baleia, em Olinda. No primeiro semestre de 2023, lançou a quarta edição, Riso Largo, no Mia Café, em Recife, e realizou a quinta edição na Galeria Pátio Arts & Design, em Belo Horizonte.

Já em julho do mesmo ano, a sexta edição foi apresentada em formato coletivo na Casa Criatura, em Olinda, integrando o circuito da 23ª Fenearte.

Além das exposições, Max vem desenvolvendo projetos de grande visibilidade e impacto. Em junho de 2024, assinou o megamural Raiar do Pife, uma imponente empena vertical de 362 metros quadrados no centro do Recife, com incentivo da Prefeitura do Recife.

Entre julho e agosto de 2024, o artista esteve em Cabrobó, onde ministrou aulas de graffiti para jovens indígenas e desenvolveu o projeto Ponte Ilha da Assunção, em homenagem ao povo Truká, viabilizado pela Prefeitura de Cabrobó e com produção da ACABRA Produções.

Outro momento importante de sua carreira foi a pintura da Quadra Tropical, no Buraco da Gata, em Três Carneiros Alto, no bairro do Ibura, em Recife (2023). O espaço também foi escolhido para a gravação do DVD de MC Tocha.

Neste mesmo ano, Max também levou seu talento a São Paulo, criando a empena Inovação e Tecnologia, no Centro Cultural da Penha.

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