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Negra, periférica e poeta: Kimani defende o Brasil em Copa do Mundo de Poesia

11 de maio de 2020

Este ano, a final da disputa será pela internet no dia 19

Texto / Juca Guimarães I Edição / Simone Freire I Imagem / Sérgio Silva (divulgação)

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O torneio mais importante de poesia falada (slam) existe há 36 anos e, pela primeira vez, será realizado pela internet, no dia 19 de maio, com campeões do mundo inteiro. O Brasil será representado pela poeta Kimani, direto do bairro do Grajaú, na zona Sul de São Paulo. Nos anos anteriores, a final do torneio foi realizada na França.

Aos 27 anos e há 20 escrevendo versos, Kimani venceu o Slam SP, em 2018, e o Slam BR, em 2019, para garantir essa vaga no Grand Poetry Slam 2020, Le Coupe du Monde.

“Quero levar minha poética para outros países e que isso seja mais uma contribuição para a importância do cenário da poesia marginal em nosso país. O Slam no Brasil tem levado muitos jovens a ter curiosidade e amor pela literatura, as palavras, a política e uma valorização do povo preto e que deveria ser uma construção base do ensino educacional seja ele público ou privado”, disse a poeta.

Kimani acredita que a participação dela na Copa do Mundo é um passo importante para a atual geração de poetas marginais.

“Fazer uma poesia preta e brasileira cruzar o Atlântico é uma vitória para os nossos e isso faz com que a nossa geração do Slam veja esse intercâmbio como uma possibilidade. Temos quebrado correntes, atravessando o mundo e tomando tudo o que nos pertence de volta seja por meio da música, da poesia e com as nossas vidas”, disse.

Mudanças

Tradicionalmente realizado na França, diante da quarentena por conta do Covid-19, o novo coronavírus, houve uma mudança no formato da disputa do mundial e ele será realizado, pela primeira vez, no formato online.

No entanto, a poeta não vai ficar sem conhecer a Europa. O Núcleo Bartolomeu de Depoimento, que organiza a participação do campeão brasileiro na Copa do Mundo, marcou uma viagem para ir à França em maio do ano que vem. “Cultivo também a vontade de conhecer Maputo, a capital de Moçambique, e o nordeste brasileiro”, disse.

Enquanto se prepara para a final da competição, Kimani tem realizado outros projeto. O quadro “Kimani convida”, por exemplo, é realizado pelo Instagram onde ela propõe pautas importantes para reflexão e diálogo. “Mas de uma maneira descontraída com outras mulheres pretas que admiro e são influentes em seus meios de atuação”, disse.

Até agora já participaram da experiência Mariana Felix, Bia Bless, Neggata, Winnit, Carol Romero. “Para os próximos episódios terei a honra de trocar ideia com Aza Njeri, Iara Rodrigues e Luz Ribeiro”, disse.

A final do torneio de poetas será transmitida às 16h, horário de Brasília, pela plataforma Zoom, neste link.

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