Manuscritos originais, primeiras edições, fotos e vídeos de Machado de Assis são alguns dos materiais expostos na nova ocupação que leva o nome do escritor brasileiro. A mostra está disponível no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo.
Nas vitrines, estão expostas diversas edições originais de um dos mais importantes escritores de língua portuguesa, como “Quincas Borba”, de 1891, e “Desencantos: fantasia dramática”, de 1861.
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Ao lado, em muitos casos, também é possível encontrar os contratos com os editores em que vendia os direitos sobre sua obra. Nesses materiais, é possível descobrir detalhes interessantes, como o fato de que o romance “Esaú e Jacó” tinha o título inicial de “Último”, entre outras correções que nunca foram publicadas.
Também estão presentes documentos menos esperados, como um parecer datado de 1862 sobre a tradução da comédia “Os Nossos Íntimos”, escrita pelo francês Victorien Sardou, durante o período em que Machado de Assis desempenhou o papel de censor teatral.
A curadoria da ocupação contou com três consultores, sendo eles, Hélio de Seixas Guimarães, vice-diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da Universidade de São Paulo (USP), Luciana Antonini Schoeps, pós-doutora em Literatura Brasileira pela USP e Henrique Marques Samyn, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A correspondência e livros de sua biblioteca pessoal também fazem parte dos materiais históricos que ajudam a traçar o perfil do romancista, dramaturgo, poeta e cronista fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Nesses itens é possível encontrar nomes como José de Alencar, Stendhal, Blaise Pascal e Arthur Schopenhauer.
Em uma seção da exposição, objetos e réplicas recriam o ambiente de escrita do autor, exibindo penas, tinteiro, mata-borrão, sua caderneta de exercícios de grego, e outros itens relacionados. A mostra conta ainda com edições traduzidas de seus livros, demonstrando a difusão internacional de Machado, e uma publicação com reinvenções e análises de sua obra.
O espaço se inspira na decoração do século 19, a partir da mobília que Machado usava em sua casa, no número 18 da Rua Cosme Velho, no Rio de Janeiro. É possível sentar em cadeiras com o estilo da época para assistir os vídeos em que atrizes negras interpretam trechos das poesias, peças e romances do escritor.
Coleção reúne todos os livros de Machado de Assis
A exposição acontece em paralelo com o lançamento de todas as publicações que Machado lançou em vida, publicada pela editora Todavia em parceria com o Instituto Itaú Cultural.
A coleção de tiragem limitada é composta por todos os 25 livros publicados por Machado de Assis ao longo da vida, começando pela sua estreia, em 1861, com a peça “Desencantos”, e chegando ao último romance, “Memorial de Aires”, em 1908.
Os volumes são acompanhados de apresentações inéditas e um projeto gráfico que recupera as tipografias originais das publicações.
A caixa é resultado de quatro anos de uma pesquisa que contou com mais de 20 profissionais envolvidos, entre leitores-críticos, preparadores, consultores, revisores, editores e designers. Como base, foram utilizadas as edições originais das obras, revistas pelo próprio autor.
Embora a coletânea tenha uma tiragem limitada, a ideia é que, ainda este ano, todos os livros sejam lançados individualmente, seguindo a ordem cronológica das obras.