Um grupo de artistas e instituições culturais anunciaram o lançamento do selo e gravadora independente “Matinada Records – o som de Pernambuco”. A proposta faz parte de uma iniciativa pioneira no Nordeste, que visa fomentar a produção e distribuição de obras que refletem a herança cultural da região canavieira.
O nome é uma homenagem ao vibrante som dos chocalhos dos caboclos de maracatu de baque solto, símbolo do carnaval pernambucano e Patrimônio Cultural do Brasil. As produções serão apresentadas de forma gratuita em áudio e vídeo nas principais plataformas de streaming e no canal do YouTube do projeto.
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O projeto foi idealizado por organizações que promovem as tradições de cultura popular nas Regiões de Desenvolvimento da Mata Norte e Mata Sul, interior do estado, consideradas berços das tradições da cultura popular.
A proposta prevê a gravação, produção e distribuição de álbuns, EPS e singles, além de apoio em estratégias de marketing e divulgação. O intuito é contribuir para profissionalizar ainda mais o setor e gerar oportunidades de emprego e renda.
“A criação deste selo e gravadora independente é um passo fundamental para dar visibilidade e valorização de nossos artistas e nossas tradições. Além de garantir a preservação dessas manifestações, que tem suas origens na cultura oral, proporcionando uma plataforma para eles poderem alçar novos públicos e mercados”, afirmou o produtor cultural e coordenador do projeto, Cleiton Santiago, em nota à imprensa.
Artistas como Mestre Biloco, de Goiana, ícone da Ciranda Praieira, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como um dos últimos remanescentes da tradição em preservar o som do apito está na lista entre os primeiros a gravar sob o novo selo.
“É uma oportunidade única poder, em tantos anos de minha vida dedicado à cultura popular, poder levar nossa música além das fronteiras dos canaviais da nossa região. Será uma oportunidade única mostrar ao mundo a beleza e força da nossa cultura”, disse o músico.
Integrante do grupo Coco do Mereré, o músico Tony Artes festejou a oportunidade de ter o primeiro trabalho registrado no formato audiovisual. “Este é o maior reconhecimento que está sendo feito em prol de nós, artistas, da cultura popular. Há muitos anos sonhava em gravar nosso trabalho musical. Agora, é só alegria. O sonho vai virar realidade”, enfatizou.
Além de impulsionar a carreira dos artistas da Zona da Mata, a expectativa é que o novo selo e a gravadora atraiam investimentos e parcerias, estimulando a cadeira produzida da música e poesia popular.
“Este é um projeto que vai além do mercado fonográfico. É a oportunidade de artistas, sociedade, poder público, parceiros e iniciativa privada somarem esforços para fazermos, juntos, um movimento em torno da música como aliada no desenvolvimento da cadeia da economia criativa”, explicou, em nota, o produtor fonográfico do projeto, Alexandre Veloso.