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Projeto no Recife forma nova geração de estilistas negros com técnicas ancestrais africanas

Iniciativa une capacitação profissional e tradição têxtil senegalesa com apoio de políticas públicas
Estilistas negros durante formação do projeto "Raízes do Futuro".

Estilistas negros durante formação do projeto "Raízes do Futuro".

— Divulgação/Erlania Nascimento

7 de maio de 2025

A marca recifense Zarina Moda Afro lançou o projeto “Raízes do Futuro”, cujo objetivo é formar novos estilistas negros e periféricos, valorizando técnicas tradicionais da moda afro. A iniciativa oferece formação prática e teórica a participantes da Região Metropolitana do Recife, selecionados por chamada pública. A maioria integra comunidades da periferia da capital.

Durante três meses, o grupo se reúne aos sábados, das 8h30 às 17h, na sede da marca, localizada na Avenida Manoel Borba, bairro da Boa Vista. Os encontros abordam costura manual, modelagem autoral e aplicação de técnicas como crochê, bordado barra funda, além do uso de materiais como miçangas, búzios e tecidos africanos importados do Senegal.

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Turma de alunos do projeto “Raízes do Futuro”. (Divulgação/Erlania Nascimento)

Moda autoral como ferramenta de identidade e acesso

O projeto é realizado com apoio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), através da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco. Cada participante recebe uma bolsa mensal de R$ 600, materiais necessários para a criação das peças e recursos de acessibilidade.

A coordenação do projeto está a cargo dos estilistas Jéssica e Rodrigo Zarina, fundadores da marca, que também conduzem mentorias. Segundo eles, a proposta é formar estilistas capazes de atuar profissionalmente no setor e ampliar o acesso à moda autoral negra e periférica.

“A coleção nasce do encontro entre o passado e o presente. Os tecidos africanos carregam espiritualidade e ancestralidade. A partir deles, estamos formando novos criadores que constroem narrativas de pertencimento e identidade. Por meio desse trabalho queremos preservar, registrar, salvaguardar e difundir as técnicas ancestrais”, afirma Jessika Zarina em comunicado à imprensa. 

Além de valorizar as técnicas tradicionais, o projeto aposta na formação de criadores negros e periféricos, como estilitas profissionais. O objetivo é ampliar o acesso à moda autoral e romper com a lógica eurocentrada predominante no setor. 

“A proposta da nossa marca e do projeto é contribuir para a renovação do mercado de moda nacional e fortalecer a presença de novas vozes na criação de estilo e identidade presente em nossas comunidades”, relatou Rodrigo Zarina.

A coleção produzida pelos participantes será lançada em julho. Até lá, o público poderá acompanhar o desenvolvimento do projeto por meio das redes sociais da marca: @zarinamodaafro e @modapretaautoral.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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