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Restaurante com gastronomia afro-carioca é declarado patrimônio estadual

Sob a liderança da chef Dida Nascimento, o local se destaca por sua valorização e preservação da cultura afro-brasileira.

Foto: Divulgação

1 de outubro de 2024

O restaurante Dida Bar foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro. O local é conhecido pela referência na construção da identidade de uma gastronomia afro-carioca autêntica. A legislação é de autoria da deputada estadual Verônica Lima (PT-RJ).

Fundado em 2015 na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Dida Bar e Restaurante alcançou um marco importante ao ser oficialmente reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado.

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“O Dida Bar é um espaço de resistência cultural e de afirmação da identidade negra! Ele se transformou em um símbolo da preservação das tradições afro-brasileiras em um cenário que muitas vezes marginaliza ou invisibiliza essas contribuições. Reconhecê-lo como Patrimônio é um ato de justiça”, ressaltou a deputada em nota à imprensa.

Sob a liderança da chef Dida Nascimento, o local se destaca por sua valorização e preservação da cultura afro-brasileira, com ênfase na culinária de origem africana e em suas influências profundas na gastronomia brasileira.

“Como uma empresa familiar, foi uma grande surpresa e emoção para todos nós receber tal reconhecimento. É fruto de muito trabalho e luta. Quando recebemos esse tipo de homenagem, isso nos dá ainda mais força para continuar”, comenta Matheus Buka, filho da Chef Dida. 

“Enfrentamos vários desafios ao longo do caminho, começando com a gastronomia africana, que na época não era muito presente no Rio. Fomos pioneiros, sobrevivemos à pandemia, e hoje o patrimônio construído permite que o Dida se envolva em outros projetos de apoio e incentivo”, compartilha.

A história do bar está intimamente ligada às raízes da chef Dida, que herdou uma rica tradição culinária e cultural de sua mãe, Tia Maria, conhecida por comandar um bar que promovia rodas de samba acompanhadas de angu à baiana na Pavuna, Zona Norte do Rio. Além disso, o pai de Dida era pesquisador de culturas africanas, o que trouxe uma perspectiva ainda mais ampla à proposta do restaurante.

O restaurante foi idealizado há mais de 30 anos. No entanto, apenas em 2015, com ajuda dos filhos, o chef conseguiu realizar o seu sonho. “Tivemos um bar para exaltar nossa Mãe África. Trabalhamos muito, mas nunca imaginarmos que seríamos reconhecidos como um Patrimônio Cultural, Gastronômico e Imaterial do RJ.  O sonho será perpetuado para meus netos, e quem vier depois, e passará para as próximas gerações”, celebra Dida.

O Dida Bar também se consolidou como um ponto de encontro para discussões sociais, manifestações artísticas e iniciativas ligadas à luta antirracista e à promoção da cultura negra. A declaração como Patrimônio Imaterial reforça a importância não só de preservar o espaço físico, mas de perpetuar a memória e as tradições que ele representa para o estado do Rio de Janeiro.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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