Durante todo o ano as religiões de matriz africana e afro-brasileiras são alvo de preconceito, intolerância e discriminação por parte dos brasileiros, majoritariamente cristãos (70%), de acordo com dados da pesquisa Global Religion 2023, do Ipsos. Mas nas festas de ano novo, as tradições originárias das religiões afro, como vestir branco e pular sete ondas durante a virada na praia, são adotadas por muitas pessoas, independentemente da religião seguida.
Conheça alguns desses hábitos, que têm origem no candomblé e na umbanda:
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Vestir branco
Vestir branco é a tradição mais conhecida e seguida no Ano Novo, o que nem todos sabem é que branco está ligado ao orixá Oxalá, que simboliza a paz e harmonia nessas religiões.
Além do branco, vestir amarelo para “atrair dinheiro”, também é tradição de religiões de matriz africana. Oxum é a orixá do ouro, da beleza e das águas doces.
Jogar flores no mar
Desde 1950, em Praia Grande, litoral paulista, acontece o Encontro das Águas, um ritual de procissão que celebra Iemanjá, a rainha e protetora das águas. Jogar flores e velas no mar também é tradição herdada do candomblé e da umbanda.
Pular 7 ondas
Pular sete ondas na virada do ano é uma tradição originária da umbanda, onde cada pulo é um agradecimento ou pedido para o ano que chega. O número sete representa as Sete Linhas da Umbanda, entendidos como os sete sentidos da vida ou as sete qualidades de Deus nos sete orixás (Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiê e Iemanjá). Cada pulo é um pedido a uma entidade.
Dar três pulinhos com o pé direito enquanto segura uma taça de champanhe, que é jogada por cima do ombro logo em seguida, também tem origem na religiosidade africana para garantir um ano melhor e a bebida está ligada à pombagira.
Mesa de frutas e uso de incesos e velas
A mesa farta de frutas está relacionada ao orixá das matas, Oxóssi. Acender incensos e velas, aromáticas ou não, para defumar a casa para o ano novo é um hábito africano ligado a limpeza e purificação espiritual, além de afastamento de energias ruins.