A judoca Rafaela Silva, campeã do Jogos Panamericanos do Rio 2016, resolveu manter em Paris o penteado que a deu sorte antes: as tranças nagô. Ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), ela brincou com o fato e ainda disse que “em time que está ganhando não se mexe”. As tranças de Rafaela apresentam um coração na lateral, que a atleta afirma dar sorte nos tatames.
As atletas da ginástica artística também adotaram as tranças como penteado oficial para esta edição das Olimpíadas. Rebeca Andrade e Lorrane dos Santos, por exemplo, estão com o cabelo trançado no estilo French Curls, bem como Bruna de Paula, do handebol, que optou pelas Box Braids.
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Para a trancista Maria do Rosário Silveira, usar tranças em um evento tão importante como as Olimpíadas demonstra um movimento em exaltação da estética negra.
“Para a gente que trabalha com tranças, é muito especial ver que a cada dia mais mulheres negras estão exibindo seus cabelos com orgulho. É um penteado ancestral, bonito, e principalmente, prático, tudo que as meninas que estão em Paris precisam”, diz a trancista à Alma Preta.
Maria do Rosário salienta que a adoção das tranças como penteado oficial de boa parte das atletas brasileiras também é uma forma de mostrar a versatilidade dos cabelos crespos e cacheados, que muitas vezes foram colocados como difíceis de lidar pela sociedade, segundo ela.
“Nosso cabelo se adapta a qualquer ocasião, formal ou informal. E é um cabelo forte, lindo! Tenho certeza que as meninas da equipe brasileira vão poder competir se sentindo bonitas com as tranças e o Brasil todo está torcendo para que o penteado traga sorte a todas elas”, finaliza.