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Atletas negras adotam tranças como penteado oficial para os Jogos Olímpicos

Ao Comitê Olímpico do Brasil, Rafaela Silva, do judô, disse que as tranças em formato de coração dão sorte nos tatames
Judoca Rafaela Silva, com suas tranças nagô em formato de coração.

Foto: Gaspar Nóbrega/COB

22 de julho de 2024

A judoca Rafaela Silva, campeã do Jogos Panamericanos do Rio 2016, resolveu manter em Paris o penteado que a deu sorte antes: as tranças nagô. Ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), ela brincou com o fato e ainda disse que “em time que está ganhando não se mexe”. As tranças de Rafaela apresentam um coração na lateral, que a atleta afirma dar sorte nos tatames.

As atletas da ginástica artística também adotaram as tranças como penteado oficial para esta edição das Olimpíadas. Rebeca Andrade e Lorrane dos Santos, por exemplo, estão com o cabelo trançado no estilo French Curls, bem como Bruna de Paula, do handebol, que optou pelas Box Braids.

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Equipe feminina de Ginástica Artística. (Gaspar Nobrega/COB)

Para a trancista Maria do Rosário Silveira, usar tranças em um evento tão importante como as Olimpíadas demonstra um movimento em exaltação da estética negra. 

“Para a gente que trabalha com tranças, é muito especial ver que a cada dia mais mulheres negras estão exibindo seus cabelos com orgulho. É um penteado ancestral, bonito, e principalmente, prático, tudo que as meninas que estão em Paris precisam”, diz a trancista à Alma Preta.

Maria do Rosário salienta que a adoção das tranças como penteado oficial de boa parte das atletas brasileiras também é uma forma de mostrar a versatilidade dos cabelos crespos e cacheados, que muitas vezes foram colocados como difíceis de lidar pela sociedade, segundo ela. 

“Nosso cabelo se adapta a qualquer ocasião, formal ou informal. E é um cabelo forte, lindo! Tenho certeza que as meninas da equipe brasileira vão poder competir se sentindo bonitas com as tranças e o Brasil todo está torcendo para que o penteado traga sorte a todas elas”, finaliza. 

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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