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Independência e ouros!

No Dia da Independência, Brasil tem dia mais vitorioso das Paralimpíadas e conquista 16 medalhas.
Gabriel Garcia e Jerusa Geber dos Santos, ouro nos 200m no atletismo das Paralimpíadas 2024, Paris, 7 de setembro de 2024

Foto: Silvio Avila/CPB

8 de setembro de 2024

A delegação brasileira não poderia ter celebrado de uma melhor forma a emancipação política do Brasil, neste sábado, 7 de setembro, do que acabou conquistando no penúltimo dia dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Foi uma festa de independência folheada a ouros e também a pratas e bronzes, que realmente entrou para a história. Neste sábado, dia mais vitorioso da trajetória do país nas Paralimpíadas, os brasileiros conquistaram 16 medalhas: seis de ouro, três de prata e sete de bronze. Com isso, alcançou a meta de quebrar o recorde de pódios no megaevento, que era de 72, obtidos tanto na Rio-2016 quanto em Tóquio-2020.      

Faltando ainda um dia de disputas, neste domingo, dia 8 de setembro — data do encerramento dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 —, Brasil chegou a 86 premiações paralímpicas, sendo 23 ouros, 25 pratas e 38 bronzes. Trata-se também do recorde de ouros, com 23, um a mais que os 22 de Tóquio-2020. Em toda a história do Brasil Paralímpico, já são 459 medalhas, sendo 132 ouros, 157 pratas e 170 bronzes. 

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Especificamente em Paris-2024, o Brasil poderá fazer história também com a melhor colocação da história. Em Londres-2012 e em Tóquio-2020, a delegação brasileira terminou em sétimo no quadro de medalhas. Até este sábado, estava em sexto, com 23 ouros, primeiro critério de classificação, apenas um a menos que a Itália (que tem também 15 pratas e 33 bronzes, num total de 71 pódios). Como o Brasil já tem 25 pratas, tem grandes chances de superar os italianos, caso as duas delegações se igualem no número de ouros. Neste domingo, a cerimônia de encerramento estava prevista para 15h30m de Brasília. Neste dia 8, antes dessa solenidade, o Brasil ainda tomaria parte na maratona, no halterofilismo e na canoagem.  

Neste sábado, foram seis ouros do total de 16 premiações olímpicas. Dos seis primeiros lugares, foram três no judô, dois no atletismo e um no halterofilismo. No judô, Arthur Silva venceu na categoria 90kg, classe J1 (cegos totais ou baixa percepção de luz). Na mesma classe, na categoria acima dos 90kg, o campeão pelo Brasil foi Willians Araújo. A outra vitoriosa no judô, na classe J2 (baixa visão)  foi Rebeca Silva, na categoria acima de 70kg.

“A medalha vai para minha filha, é tudo para ela. Eu quero que ela tenha muito orgulho do pai que ela tem, uma pessoa com deficiência que conseguiu vencer no esporte. A luta da final era difícil, eu perdi para ele em maio, mas eu venci hoje ele pela quarta vez. É muito bonito fazer essa história”, celebrou Willians.

A atleta Rayane Soares da Silva após a conquista do ouro nas Paralimpíadas de 2024, Paris, 7 de setembro de 2024
A atleta Rayane Soares da Silva após a conquista do ouro nas Paralimpíadas de 2024, Paris, 7 de setembro de 2024 (Foto: Douglas Magno/CPB)

Já no atletismo, Rayane Soares foi a campeã dos 400m, T13 (deficiências visuais), no tempo de 53s55, superando o antigo recorde mundial de  54s46 da americana Marla Runyan, que durava desde 2 de janeiro de 1995.      

“Eu estava confiante. Sentia que era o meu momento, me via no pódio, com a medalha de ouro. Pedia o tempo todo para Deus me dar força, porque treinada eu estava”, enfatizou Rayane.      Também nas pistas do Stade de France, a brasileira Jerusa Geber arrebatou seu segundo ouro na capital francesa, na classe T11 (cegos totais), no tempo de 24s51, igualando o recorde paralímpico da britânica Libby Clegg, que obtivera a mesma marca nos Jogos Rio 2016. Foi o segundo ouro de Jerusa em Paris-2024, depois do conquistado nos 100m classe T11. Foi também sua sexta premiação em Paralimpíadas, sendo dois ouros, duas pratas e dois bronzes.     

O sexto título paralímpico do Brasil neste sábado foi o de Mariana D`Andrea, no halterofilismo, na categoria 73 quilos, assegurando o bicampeonato paralímpico, pois já havia vencido em Tóquio-2020. Para vencer a prova, Mariana levantou 148 kg, o novo recorde paralímpico. A medalha de Mariana foi a de número 450 do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos.  

“Eu estava tranquila, sabia que meu potencial era maior que isso, até porque minha marca é melhor do que isso, então eu sabia até onde eu poderia ir, quando ela fez o movimento dela eu sabia que teria que fazer os 148 kg, e eu sabia que tinha mais bala na agulha para fazer mais se fosse preciso”, ressaltou Mariana, que já pensa em 2028. “Sem dúvida o que eu quero é fazer história, deixar registrado esse momento, de ter sido bicampeã paralímpica. Já falei para o meu treinador que em Los Angeles vai ter mais uma, eu não vou parar, e então vamos novamente para Los Angeles.”

  • Cláudio Nogueira

    Claudio Nogueira, de 59 anos, é jornalista desde 1986, tendo trabalhado no Jornalismo Esportivo desde 1993. Cobriu as Olimpíadas de 2004, 2008, 2012 e 2016, as Paralimpíadas de 2016, a Copa do Mundo de 2014, dois Mundiais de Basquete, cinco edições dos Jogos Pan-Americanos e vários GPs de F-1, F-Indy e Motovelocidade. Autor de diversos livros, como Futebol Brasil Memória, Os Dez Mais do Vasco, Dez Toques sobre Jornalismo e Esporte – Usina de sonhos e de bilhões.

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