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Atletas negros ganharam mais da metade das medalhas individuais do Brasil

O destaque ficou para as medalhistas negras de ouro, Beatriz Souza e Rebeca Andrade
Imagem mostra as atletas brasileiras Beatriz Souza e Rebeca Andrade nos Jogos Olímpicos de Paris.

Foto: Comitê Olímpico Brasileiro (COB)

11 de agosto de 2024

Das 15 medalhas individuais que os brasileiros ganharam, nove foram conquistadas por atletas negros nos Jogos Olímpicos de Paris. O torneio mundial, considerado o maior da humanidade, encerra neste domingo (11), com uma cerimônia prevista para ocorrer no Stade de France, em Paris.

Dois dos três ouros individuais da equipe brasileira foram conquistadas por mulheres negras. Rebeca Andrade, de 25 anos, alcançou a vitória na modalidade “solo” da ginástica artística e Beatriz Souza, de 26 anos, subiu ao lugar mais alto do pódio no torneio de judô.

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Também vale ressaltar que a conquista de Rebeca ultrapassou as fronteiras e ganhou as páginas de jornais de todo o mundo. Nas redes sociais, a foto em que as ginastas norte-americanas Simone Biles e Jordan Chiles prestam reverência à brasileira no pódio, também tomou proporções internacionais e ganhou homenagens de figuras icônicas como a atriz Viola Davis.

Em relação às medalhas de prata, Isaquias Queiroz, atleta da canoagem, conquistou o segundo lugar do pódio na final do C1 1000m. Rebeca Andrade também subiu ao pódio duas vezes para buscar a medalha prateada, no salto e no individual geral.

Quando analisamos as medalhas de bronze, mais atletas negros se destacam. Alisson dos Santos conquistou o terceiro lugar no atletismo, Beatriz Ferreira no boxe, Edivaldo Pontes no taekwondo e Rayssa Leal, a fadinha, subiu ao pódio na disputa do skate street.

Atletas negros também foram destaque nos esportes coletivos

Em competições coletivas, cinco equipes mistas conquistaram medalhas para o Brasil. Ana Patrícia e Duda foram campeãs olímpicas no vôlei de praia. A vitória da dupla rendeu um convite do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para representarem o país como porta-bandeiras na cerimônia de encerramento.

Lideradas por Marta nos primeiros jogos, as mulheres do futebol feminino levaram a prata no torneio mundial. Entre as atletas que se destacaram, estão nomes como Lauren, Tarciane, Rafaelle Souza, Vitória Yayá, Gabi Nunes, Gabi Portilho, Kerolin e Ludmilla. 

No time misto de ginástica artística, além de Rebeca Andrade, o destaque também ficou com Lorrane Oliveira, que brilhou na competição. A medalhista olímpica superou o luto pela perda da sua irmã mais nova, em abril deste ano, e subiu ao pódio para receber a medalha de bronze. 

Rafaela Silva alcançou o terceiro lugar pela equipe mista no judô, junto a Beatriz Souza e Leonardo Gonçalves. O time ainda contava com Ketleyn Quadros, a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha individual em Olimpíada, em Pequim (2008).

Na conquista do bronze pelo vôlei feminino em quadra, Ana Cristina foi peça fundamental para o time chegar ao pódio. Na disputa contra o Japão, por exemplo, a ponteira foi a maior pontuadora da partida, com 15 pontos.

Em entrevista concedida à Alma Preta na Casa Brasil, no Parc de la Villette, a medalhista Beatriz Souza relatou sua felicidade em se tornar inspiração para “pretos e pretas do mundo todo”. Para Solon Neto e Elaine Silva, a judoca também disse que espera estar abrindo portas para que todos venham junto.

“Nós somos muito mais fortes do que a sociedade pensa, a gente não pode permitir que eles cresçam sobre nós, nós somos iguais, somos muito fortes, guerreiros. As nossas famílias mostram isso há muitos e muitos anos, então temos que manter a história de ser guerreiros, grandes e vitoriosos”, disse Souza.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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