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Cindy Ngamba faz história em Paris ao conquistar 1ª medalha olímpica para equipe de refugiados

Boxeadora camaronesa avança às semifinais e garante bronze na categoria até 75 kg
A vencedora da equipe olímpica de refugiados, Cindy Ngamba, reage após derrotar a francesa Davina Michel na luta de boxe feminino até 75kg nas quartas de final durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Foto: Mohd Rasfan/AFP

4 de agosto de 2024

A boxeadora camaronesa Cindy Ngamba alcançou um feito histórico neste domingo (4) ao conquistar a primeira medalha olímpica da história da equipe de refugiados. A atleta avançou para as semifinais da categoria até 75 kg após derrotar a francesa Davina Michel nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Depois de um primeiro round muito disputado, Ngamba se superou vencendo a lutadora local, que contou com forte apoio da torcida. Com a passagem para as semifinais, a pugilista garantiu a medalha de bronze, marcando a primeira vez que a equipe de refugiados, existente desde a Rio 2016, assegura uma medalha olímpica.

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A equipe de refugiados nos Jogos de Paris é composta por 36 atletas, sendo 23 homens e 13 mulheres, de 11 países: Afeganistão, Síria, Irã, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Camarões, Cuba e Venezuela.

Refugiada de Camarões para o Reino Unido devido à repressão criminosa da homossexualidade em seu país natal, Cindy Ngamba era a principal esperança de uma medalha para a equipe de refugiados. Chegando ao Reino Unido aos 11 anos, ela se tornou tricampeã britânica em três categorias de peso diferentes e se classificou para os Jogos na categoria até 75 kg.

Os britânicos desejavam tê-la em sua equipe nacional para o torneio olímpico, mas as tentativas das autoridades britânicas de boxe não foram suficientes para conseguir um passaporte para ela.

Ngamba enfrentou uma juventude difícil no Reino Unido, sendo vítima de bullying na escola. Dois professores de esportes a acolheram e a apresentaram ao boxe, esporte que se tornaria sua paixão e caminho para a superação.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou a criação de uma equipe olímpica de refugiados em 2015, em resposta ao deslocamento de milhões de pessoas, principalmente devido à guerra na Síria. Ausente dos Jogos de Inverno, essa delegação contou com 10 atletas no Rio, em três modalidades, e 29 nos Jogos de Tóquio 2021, em 12 modalidades.

Texto com informações da Agence France-Presse.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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