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Mural antirracista em homenagem a Paola Egonu é vandalizado na Itália

Tributo a atleta eleita "MVP" das Olimpíadas pede o fim do racismo, do ódio e da xenofobia
Imagem mostra o mural "Italianidade", criado em homenagem a Paula Egonu, vandalizado em Roma.

Foto: Reprodução

13 de agosto de 2024

Um mural em homenagem à jogadora de vôlei Paola Egonu, medalhista de ouro com a seleção italiana feminina nas Olimpíadas de Paris 2024, foi vandalizado um dia após a inauguração na sede do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), em Roma. 

A obra intitulada “Italianidade” foi produzida no domingo (11) pela artista de rua Laika. A criação mostra a atleta golpeando uma bola com a descrição “parem o racismo, o ódio, a xenofobia, a ignorância”.

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O tributo, no entanto, teve vida curta e já não é mais possível ler a frase antirracista. Além disso, a cor da pele de Egonu, eleita MVP (jogadora mais valiosa) do torneio olímpico, também foi alterada. 

O nome dado ao mural é uma referência à afirmação do deputado de direita da Liga, general Roberto Vannacci, em um livro best-seller de que as “características somáticas de Egonu não representam a italianidade”.

O levantador Simone Giannelli, capitão da seleção masculina da Itália, usou seu perfil nas redes sociais para condenar o vandalismo e destacar a importância da jogadora de vôlei.

“As pessoas que fizeram isso não merecem ser chamadas assim. São sem coração, sem dignidade e sem humanidade. Paola, não se preocupe com eles, quem for responsável cuidará disso (espero que sim). Você é uma grande campeã olímpica”, publicou.

A atleta nasceu em Cittadella, na Itália, em dezembro de 1998. Iniciou sua carreira no vôlei em 2013, ainda com 15 anos, pelo Club Italia. Após boas atuações na liga nacional, a oposto foi convocada para disputar as Olimpíadas do Rio (2016) e Tóquio (2020).

Egonu foi uma das principais estrelas da seleção italiana que conquistou a medalha de ouro inédita nos Jogos de Paris. A vitória olímpica se une ao título da Liga das Nações, torneio mundial de vôlei, conquistado no final de junho.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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