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“A população negra foi quem mais sentiu Bolsonaro”, diz Paula Nunes

Parlamentares do PSOL organizaram ato para mobilizar base para o segundo turno das eleições à presidência e ao governo de São Paulo

Imagem: Assessoria Bancada Feminista

Foto: Imagem: Assessoria Bancada Feminista

6 de outubro de 2022

Deputados eleitos pelo PSOL no estado de São Paulo participaram de ato na Praça Roosevelt, Centro da capital paulista, na noite desta quarta-feira (5). O objetivo do encontro foi mobilizar a base de apoiadores do partido e dos parlamentares para a campanha do segundo turno das eleições à presidência e ao governo de São Paulo.

Estiveram presentes os seguintes parlamentares eleitos: Paula Nunes, eleita deputada estadual encabeçando a candidatura da Bancada Feminista; Erika Hilton, eleita deputada federal; Sônia Guajajara, eleita deputada federal; Guilherme Boulos, eleito deputado federal; Ediane Maria, eleita deputada estadual; e Guilherme Cortez, eleito deputado estadual.

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Em entrevista à Alma Preta Jornalismo, Paula Nunes ressalta a importância da liderança de Lula nos resultados do primeiro turno e a necessidade de derrotar o bolsonarismo na Presidência da República e no Governo do Estado de São Paulo.

“Nós estamos numa cruzada histórica nesse segundo turno. A gente teve uma vitória importante no primeiro turno dessas eleições e isso traz pra gente uma responsabilidade, que é derrotar o bolsonarismo nas urnas. Seja em âmbito federal, elegendo Lula, mas também no estado de São Paulo, elegendo Haddad. Preciso dizer que aqui no estado de São Paulo, nós temos chance de eleger um representante do bolsonarismo que é Tarcísio, que só pisou no estado às vésperas das eleições. Ele não conhece nada do nosso estado, mas justamente demonstra qual é a força do bolsonarismo”, salienta a advogada.

A co-deputada estadual da Bancada Feminista, eleita com quase 260 mil votos, também fala sobre o que precisará ser feito nos próximos dias até a data do segundo turno, 30/10, para que as vitórias de Lula e Haddad sejam conquistadas.

“A tarefa que a gente tem daqui pra frente é mostrar para as pessoas o que Bolsonaro representa, mostrar que ele ameaça a democracia. Mas também lembrar as pessoas que Bolsonaro é corrupto, que comprou imóvel com dinheiro vivo, que a sua família tem relações muito profundas com a milícia, que ele colocou o Brasil de volta no mapa da fome, riu de pessoas que agonizavam com falta de ar. Enfim, é hora de mostrar para as pessoas o que significou o governo Bolsonaro, conquistar novos votos pro Lula e também virar o jogo pro Haddad no estado”, afirma.

Para finalizar, Paula Nunes enfatizou o peso das políticas do governo Bolsonaro para a população negra.

“Eu acho que a população negra é quem mais sentiu na pele quais são os efeitos de Bolsonaro. Tanto que o movimento negro foi linha de frente no combate a este governo. Foi o movimento negro que trouxe de volta as mobilizações de rua durante um momento difícil da pandemia, pela derrota de Bolsonaro. Isso enfraqueceu a popularidade e fez inclusive com que agora a gente tivesse chegado no segundo turno com essa proporção de votos entre Lula e Bolsonaro. Em muito tempo a gente não via um presidente, que tem a máquina na mão, perder no primeiro turno para outro candidato”, conta a parlamentar.

“Aqui em São Paulo a gente sabe exatamente o que foram trinta anos de governo do PSDB. Mas ao mesmo tempo sabe que uma Secretaria de Segurança Pública ou uma Secretaria de Educação nas mãos de um governador bolsonarista pode representar uma ameaça grande não só aos nossos direitos, mas também às nossas vidas. Então é hora de barrar o avanço do bolsonarismo no Brasil e pra isso a gente precisa que a população negra, que votou muito em Lula, também seja multiplicadora desses votos. Vá pra rua, conquiste nosso novos votos, converse com a sua família, converse com todo mundo que tá em dúvida e consiga mais votos pra virar o jogo agora no segundo turno”, completa Paula Nunes, da Bancada Feminista.

Em seu discurso, Erika Hilton falou sobre a necessidade de construção de um governo “sem miséria, sem fome, sem pobreza, sem violência, sem ausência de política de habitação, sem devastação ambiental”.

“As eleições de 2022 estão marcadas por muito mais do que só uma escolha de um projeto ou de outro. Estamos num momento difícil de nossa história e é por isso que nos encontramos aqui, precisaremos fazer frente dentro do parlamento. Mas precisamos agora eleger Lula no segundo turno, Haddad no segundo turno. Pra isso precisamos nos empenhar”, afirmou.

Uma das primeiras mulheres trans a conseguir uma cadeira na Câmara de Deputados, ao lado de Duda Salabert (PDT-MG), Erika Hilton também enfatizou o compromisso firmado para derrotar o bolsonarismo e eleger Lula e Haddad.

“Esse é o nosso compromisso, saiam as ruas, falem com as pessoas, ocupem os territórios, usem as redes sociais, não entreguem o Brasil de bandeja na mão do fascismo, não entreguem o Brasil de bandeja na mão das milícias que ocupam este país. Vamos juntos fazer essa campanha no segundo turno, vamos juntos romper as nossas bolhas e falar com as pessoas que estão do lado de lá”, salientou a deputada.

Uma das cinco parlamentares indígenas eleitas, Sônia Guajajara ressaltou a força e a importância das bancadas psolistas, na Câmara e na Alesp, na luta contra o fascismo e as desigualdades.

“Temos uma bancada forte, aguerrida, determinada, que sabe pra que foi eleita. Vamos trabalhar juntos para combater essa desigualdade, esse fascismo. Nós vamos começar a derrotar também o bolsonarismo tirando seu representante oficial do poder. Se a gente derrota o representante oficial, o bolsonarismo vai enfraquecer. A gente chama todo mundo, toda a nossa militância pra rua mais uma vez. A força de vocês que nos coloca hoje nesse lugar. Então pra mim é muita honra de ter sido a primeira mulher indígena eleita no estado de São Paulo”, afirmou a líder indígena em sua fala.

Deputado mais votado no estado de São Paulo e segundo mais votado do Brasil com mais de um milhão de votos, Guilherme Boulos frisou a importância destas eleições para a democracia brasileira.

“Já deu o tempo pra gente analisar, entender, lamber as feridas, se recuperar, se organizar e partir pra batalha. Vê essa praça, desse jeito, num dia de semana, à noite, demonstra o compromisso e o entendimento de que nós tamos vivendo as eleições das nossas vidas. É a eleição mais importante desde o fim da ditadura militar”, destacou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Citando frase do revolucionário Carlos Marighella, figura marcante na luta contra a ditadura militar, Boulos completou apontando a importância de não temer Bolsonaro e de ir às ruas conquistar mais votos para vencer o segundo turno das eleições.

“Por isso, parafraseando um grande guerreiro da história brasileira, nós não temos tempo pra ter medo. O medo, aliás, não tem que estar entre nós. O medo tem que estar do lado de lá. A maré tá pro nosso lado, nós só não podemos nos deixar levar pelo medo, pela intimidação, pelo desespero e pra perder nem mais uma hora remoendo o resultado de domingo. Agora é hora de ir pra rua, de ir pra batalha e de ganhar essa eleição”, finalizou, o agora deputado federal eleito, Guilherme Boulos.

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