Nesta quarta-feira (17), o estado do Amapá apresentou o programa “Amapá Sem Fome”, estratégia para enfrentar a situação de insegurança alimentar na população. Segundo o secretário do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a iniciativa está alinhada ao plano “Brasil Sem Fome” e prevê uma série de medidas para promover o fornecimento e acesso a alimentos de qualidade.
Segundo nota oficial, o programa estadual inclui diversas ações, como o Vale Gás Social e o Cartão Alimentação, um auxílio financeiro temporário destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de adquirir alimentos ricos em proteínas, como carne e ovos, opções que não estão presentes nas cestas básicas.
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O programa também prevê a criação de restaurantes populares e Unidades Sociais Produtoras de Refeições, que oferecem alimentação saudável e acessível. Os Restaurantes Populares serão responsabilidade do poder público e funcionarão em Macapá e Santana, atendendo municípios com até 100 mil habitantes. Já as Unidades Sociais Produtoras de Refeições, sob a responsabilidade da sociedade civil, atenderão os demais municípios.
O programa “Amapá Sem Fome” também disponibilizará, segundo os idealizadores, kits específicos para crianças de até seis anos, garantindo nutrição desde a gestação até a primeira infância. Outra medida importante é a criação do primeiro banco de alimentos do Norte, um espaço destinado a receber doações da iniciativa privada, como peixes apreendidos pela Polícia Militar.
Insegurança alimentar atinge metade da população
Um levantamento realizado pelo II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil revelou que, em 2022, cerca de 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil e mais da metade (58,7%) da população está em situação de insegurança alimentar, quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos.
O informe ainda aponta que na população negra houve, no início de 2022, um aumento de mais de 60% na proporção de pessoas que convivem com a fome. Enquanto na população branca o aumento foi de 34,6%. Em domicílios chefiados por uma pessoa preta ou parda, a insegurança alimentar grave aumentou de 8,7% para 10,2%.