Na manhã desta quarta-feira (2), a chefe do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Anielle Franco, prestou depoimento para a Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga as denúncias de assédio moral e sexual envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.
A apuração foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, em 17 de setembro, com base em investigações preliminares da PF. Como as acusações ocorreram durante o período em que Almeida ocupava o cargo de ministro, Mendonça determinou que o caso tramite sob a jurisdição do Supremo.
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Segundo informações da assessoria da ministra, o depoimento, de cerca de uma hora, será mantido em sigilo.
As acusações
Silvio Almeida, na época então ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, foi alvo de denúncias de assédio sexual em 5 de setembro deste ano. As queixas foram divulgadas pelo portal Metrópoles e pelo jornal Folha de São Paulo, e em seguida, confirmadas pela ONG Me Too, que atua em prol de mulheres vítimas de violência.
Segundo a ONG, as denúncias foram recolhidas pelos canais de atendimento da entidade e somam 14 casos. Entre os episódios relatados, uma das vítimas apontadas seria a ministra Anielle Franco.
Almeida foi demitido da pasta no dia 6 de setembro. Em nota, o Planalto declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou “insustentável” mantê-lo como ministro, “considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.
A data também foi marcada pelo primeiro pronunciamento de Anielle Franco sobre o tema, que em comunicado oficial, pediu respeito ao seu espaço e direito à privacidade.
Sem citar o ex-ministro e com reforço à defesa do direito das mulheres, a ministra agradeceu a “ação contundente” da presidência e se posicionou contra “tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade”.
Em vídeo e nota publicadas nas redes sociais, Silvio Almeida negou veemente as acusações.