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Caso Renato Freitas: Conselho define rumos do processo de cassação

A vereadora Maria Letícia (PV), vice-relatora do processo pediu vistas nesta sexta-feira (6) do parecer do relator Sidnei Toaldo (Patriota), que votou pela perda do mandato de Freitas

Vereador Renato Freitas durante fala na Câmara Municipal de Curitiba

Vereador Renato Freitas durante fala na Câmara Municipal de Curitiba

— Imagem: Rodrigo Fonseca/CMC

6 de maio de 2022

A vereadora de Curitiba Maria Letícia (PV), vice-relatora do Processo Ético Disciplinar (PED) que pede a cassação do mandato de Renato Freitas, pode mudar o rumo da ação. Ela, que pediu vistas do relatório apresentado pelo relator Sidnei Toaldo (Patriota), deve apresentar nesta segunda-feira (09) um segundo parecer. Toaldo entregou, no dia 4 de maio, o relatório ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores pedindo a perda de mandato de Freitas. 

Maria Letícia pode votar com o relator ou apresentar o segundo relatório com um parecer diferente ao proferido por Toaldo. O Conselho volta a se reunir para deliberação na terça-feira (10).

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De acordo com as diretrizes da Câmara de Vereadores, após a conclusão dos pareceres do relator e de sua vice, se a decisão for pela suspensão ou cassação do mandato, a conclusão do processo devem passar por deliberação do Plenário. Já se a penalidade for por perda de prerrogativa ou retratação pública, o processo se encerra no Conselho de Ética.

Em seu parecer, Sidnei Toaldo afirma que Freitas teve condutas “flagrantemente atentatórias ao decoro parlamentar” e orienta a pena de perda de mandato por “abuso de sua prerrogativa”. Ele afirma ainda que não existe a “possibilidade de se aplicar, ainda que discricionariamente, qualquer abrandamento da pena ou se mitigar reprimenda.”

Argumentando que Renato não invadiu a Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no dia 5 de fevereiro, ao compor uma manifestação antirracista em memória ao jovem congolês Moïse Kabagambe, torturado e morto no Rio de Janeiro, a defesa afirmou que, do ponto de vista estritamente jurídico, o “absurdo voto de Sidnei Toaldo violenta e afronta as provas produzidas no processo”. 

“Não houve de nenhuma forma desrespeito à própria missa e sobretudo ao símbolos religiosos próprios do catolicismo. Portanto, em sendo caracterizada a absoluta ilegalidade e o caráter nitidamente persecutório demais política do voto do vereador Sidnei Toaldo, a defesa espera que os demais vereadores do Conselho de Ética não caiam nessa armadilha de uma medíocre política persecutório que afronta a farta prova produzida nos autos”, declarou.

A assessoria de Renato Freitas disse à Alma Preta Jornalismo que a pressão pela perda do mandato está muito forte na Casa. Mesmo sem o veredito final, parlamentares já expressam a satisfação com a penalidade máxima publicamente em suas redes sociais. O líder do governo na Câmara, vereador Pier Petruzziello, escreveu no Instagram que foi um dos autores do pedido de cassação de Freitas e ressalta: “o mínimo que espero é que a votação aconteça em plenário”. 

Segundo os advogados, isso comprova o “esquema de perseguição contra o vereador Renato Freitas que já se anunciava pelos áudios do vereador Márcio de Barros”. Barros teve áudios vazados onde revela os votos de outros parlamentares  e que “precisava meter uma pressão” naquelas que estivessem indecisas pela cassação. 

Para que haja cassação, o Conselho de Ética precisa aprovar a penalidade por maioria absoluta de votos, ou seja, cinco entre sete. De acordo com a defesa, os advogados não vão hesitar em procurar o poder judiciário para reparar alguma ilegalidade, inclusive não descartam eventual processo cível e criminal contra o vereador Sidnei Toaldo pelo grau de ilegalidade do seu voto.

Nas redes sociais, o vereador e seus apoiadores chamam uma manifestação “contra a perseguição política” para a terça-feira (10), na Câmara de Vereadores da capital paranaense, além de uma mobilização digital a partir desta segunda-feira (9). A ideia é convidar as pessoas a publicarem mensagens de apoio ao mandato do parlamentar utilizando a hashtag #RenatoFica. 

Leia também: Renato Freitas e a luta para manter um mandato eleito democraticamente

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