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Comunidades tradicionais celebram aprovação da revogação da lei que ameaça educação presencial

Deputados estaduais do Pará atenderam reivindicação de indígenas e educadores. A revogação deve garantir a retomada do ensino presencial nas comunidades tradicionais
Celebração de lideranças indígenas, sindicalistas, professores, quilombolas e ribeirinhos, que acompanharam a aprovação da revogação da lei que ameaça o ensino presencial, em frente ao Palácio Cabanagem, em Belém (PA), em 12 de fevereiro de 2025.

Celebração de lideranças indígenas, sindicalistas, professores, quilombolas e ribeirinhos, que acompanharam a aprovação da revogação da lei que ameaça o ensino presencial, em frente ao Palácio Cabanagem, em Belém (PA), em 12 de fevereiro de 2025.

— Celso Lobo (AID/ALEPA)

12 de fevereiro de 2025

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) aprovou, por unanimidade, nesta quarta-feira (12), a revogação da Lei nº 10.820/2024, que alterava a estrutura da carreira dos professores e, segundo entidades educacionais, poderia levar ao fim do ensino presencial em comunidades tradicionais.

A decisão representa uma vitória para comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, que dependem do ensino presencial para garantir o acesso de crianças e adolescentes à educação.

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Com a revogação, devem voltar a vigorar normas anteriores à lei anulada, incluindo dispositivos do Estatuto do Magistério e do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Professores, além da legislação que regula o Sistema Modular de Ensino Indígena (SOMEI). Essas regras permanecerão válidas até que uma nova proposta seja apresentada pelo Executivo estadual, após debate com educadores e representantes das comunidades afetadas.

Um novo projeto de lei será elaborado pelo Executivo estadual após a conclusão dos trabalhos de uma comissão formada por representantes indígenas, educadores e demais grupos afetados pela legislação anterior.

Mobilização de educadores e comunidades tradicionais

A Lei nº 10.820/2024, aprovada em 19 de dezembro de 2024, permitia a substituição das aulas presenciais por ensino exclusivamente remoto em escolas indígenas, o que gerou resistência de comunidades tradicionais e especialistas em educação.

As galerias e a área em frente ao Palácio Cabanagem, sede do Legislativo estadual, ficaram lotadas por lideranças indígenas, professores, sindicalistas, quilombolas e ribeirinhos, que acompanharam a votação e comemoraram a decisão.

A deputada estadual Lívia Duarte (PSOL-PA) celebrou a mobilização popular e citou Guimarães Rosa para resumir a luta dos povos indígenas: “Coragem é o que a vida quer da gente”. Ela também destacou a ocupação pacífica da Seduc como um exemplo de resistência e diálogo: “Foi a maior aula que a Seduc poderia presenciar, dada pelos indígenas, por aqueles que conhecem seu papel na história”, disse de acordo com nota da Alepa.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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