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COP29: climatologista defende urgência de metas climáticas para evitar ‘suicídio planetário’

Em meio à Conferência do Clima, no Azerbaijão, Carlos Nobre reforça que metas atuais de redução de emissões não são suficientes para evitar aquecimento global acima de 1,5°C
Imagem de incêndio em áreas do Parque Nacional de Brasília, no Distrito Federal, em setembro de 2024. Segundo o climatologista Carlos Nobre, metas atuais de redução de emissões não são suficientes para evitar aquecimento global acima de 1,5°C.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

12 de novembro de 2024

O climatologista brasileiro Carlos Nobre, uma das principais vozes mundiais sobre mudanças climáticas, declarou que as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa apresentadas até agora na Conferência do Clima (COP), em Baku, no Azerbaijão, são insuficientes para limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme o Acordo de Paris. 

Com temperaturas já mantidas nesse patamar há 16 meses, Nobre teme que o planeta atinja níveis irreversíveis de aquecimento nos próximos anos.

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O especialista observa que, mesmo com o compromisso de reduzir as emissões globais em 43% até 2030, o mundo ainda caminha para um cenário de aquecimento de até 2,5°C em 2050 se as emissões líquidas não forem zeradas. “Estamos a caminho de um suicídio planetário se não superacelerarmos a redução das emissões”, enfatizou, segundo publicação da Agência Brasil.

Desafios globais e compromisso do Brasil

A poucos meses do prazo final para a atualização das metas de emissões em fevereiro de 2025, muitos países ainda não aumentaram suas ambições. O Brasil, que sediará a próxima conferência em 2025, apresentou recentemente uma atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), comprometendo-se a reduzir as emissões nos próximos 11 anos. A proposta será apresentada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin durante as negociações da COP29.

Para Nobre, a COP29 deve ser um marco de ações concretas e não uma repetição das edições anteriores. Ele também destaca que a adaptação climática, especialmente em países pobres e vulneráveis, é essencial para lidar com eventos extremos, que têm se tornado mais frequentes e devastadores.

Tecnologias e ações individuais

Além das políticas públicas e do financiamento internacional, Nobre lembra que todos podem contribuir com o consumo consciente, principalmente com os avanços tecnológicos em produtos de baixa emissão. No Brasil, por exemplo, a maioria das emissões decorre do desmatamento da Amazônia e do Cerrado e da agropecuária. Para enfrentar isso, ele cita iniciativas sustentáveis, como a pecuária de baixa emissão e a energia solar, que já se mostram mais acessíveis economicamente.

“O avanço do consumo consciente é um passo importante. Pecuária sustentável e energia solar são mais rentáveis e acessíveis. Faz todo sentido optar por essas alternativas”, explica o climatologista, destacando que mudanças nas escolhas de consumo já estão ao alcance da sociedade.


Texto com informações da Agência Brasil.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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