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Deputadas de direita tentam suspender regulamentação da lei de igualdade salarial

Autoras do projeto criticam a obrigatoriedade do Relatório de Transparência Salarial, medida determinada em portaria do Ministério do Trabalho
Deputada federal Adriana Ventura, autora do projeto que pretende suspender trechos da lei de igualdade salarial.

Foto: Reprodução / Câmara dos Deputados

18 de julho de 2024

A partir da articulação de parlamentares de direita, tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pretende suspender a aplicação do Decreto 11.795/23, medida que apresenta critérios para a regulamentação da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres.

O projeto também visa a suspensão da portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelece critérios para a garantia da equiparação de remuneração. Entre as determinações, o documento prevê a divulgação semestral de relatórios de transparência salarial.

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As autoras do projeto são as deputadas federais Adriana Ventura (NOVO-SP), Bia Kicis (PL-DF), Any Ortiz (CIDADANIA-RS) e Rosangela Moro (UNIÃO-SP), e será analisado pelas Comissões de Trabalho, de Defesa dos Direitos da Mulher, e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Adriana Ventura argumenta que o decreto e a portaria impõem obrigações ao empregador que não estão previstas pela lei, como a exigência da divulgação do Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios.

A parlamentar aponta que a publicação deste tipo de documento pode comprometer o anonimato dos trabalhadores. Segundo a deputada, a prática poderia gerar “um clima organizacional de rivalidade e hostilidade” entre o corpo de funcionários.

Mulheres brasileiras recebem quase 20% a menos que os homens

De acordo com informações do Governo Federal, as mulheres recebem 19,4% a menos que os homens. A disparidade salarial chega a 25,2% nos cargos de dirigentes e gerentes.

No recorte racial, as mulheres negras têm a renda ainda mais desigual. Ao passo que a remuneração média das trabalhadoras negras é de R$ 3.040,90, a de homens brancos é 27,9% maior, chegando a R$ 5.718,40.

Partido Novo e equiparação salarial

Não é a primeira vez que o Partido Novo manifesta insatisfação com trechos da Lei 14.611/2023. Em abril, a legenda entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF), onde considerou que a divulgação compulsória de dados remuneratórios violaria o “princípio constitucional da livre iniciativa”, além de sugerir que a prática permitiria a intervenção de trabalhadores nas políticas de funcionamento das empresas.

Na ação, o partido solicitou a anulação da obrigatoriedade de produzir tais relatórios, bem como a suspensão de eventuais multas em casos de descumprimento.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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