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Deputadas de SP propõem ‘Dia Mãe Bernadete’, em homenagem à quilombola assassinada

O projeto propõe que 17 de agosto seja a data oficial para celebrar as lutas e memórias de mulheres negras que buscam liberdade religiosa
Imagem mostra Mãe Bernadete, ialorixá e líder quilombola assassinada em 2023.

Foto: Reprodução

21 de dezembro de 2023

O mandato coletivo Movimento Pretas (PSOL), liderado pela deputada estadual Monica Seixas em parceria com a codeputada Ana Laura Cardoso, propôs um Projeto de Lei (PL) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para a criação do “Dia Mãe Bernadete”, em homenagem a trajetória da quilombola e ialorixá assassinada em Simões Filho, região metropolitana de Salvador (BA), em 2023.

A data de 17 de agosto foi a proposta para a celebração anual, que também faz referência a luta das mulheres negras por liberdade religiosa. Neste dia ocorreu o crime que tirou a vida de Mãe Bernadete, uma das 30 lideranças quilombolas assassinadas nos últimos dez anos, segundo dados da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

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“O projeto tem intenção de registrar a memória de uma liderança, mulher e Iyalorixa, mas também pretende homenagear todas as lideranças de matriz africana e quilombolas que fazem um enfrentamento diário contra a opressão e a violência”, afirmou a codeputada Ana Laura, em nota.

De acordo com o Segundo Relatório sobre Intolerância Religiosa, feito pela Conaq, Brasil, América Latina e Caribe registraram 244 casos de violência e ataques a religiões de matriz africana em 2021, um crescimento de 270%.

“O nosso objetivo é que casos como o da Mãe Bernadete não aconteçam mais. Além disso, queremos que ela seja sempre lembrada como a grande lutadora que foi e não pelo caso de violência que aconteceu. Queremos que sua família e seus entes queridos se sintam também representados. É necessário que entendam que não toleraremos mais que continuem nos matando. Não aceitaremos mais violência alguma”, finaliza a parlamentar.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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