O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, pediu ao Conselho de Segurança da organização que condenasse a morte de mais de 100 pessoas na Faixa de Gaza, após ataque durante uma operação de distribuição de alimentos no território.
“O Conselho de Segurança deveria dizer basta”, declarou Mansour.
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Na madrugada de quinta-feira (29), uma multidão faminta aguardava a chegada de comboios de ajuda humanitária na rua Al Rashid, localizada perto de uma rotatória no oeste de Gaza.
De acordo com os serviços de saúde do território palestino e diversas testemunhas, soldados israelenses posicionados perto do comboio atiraram nas pessoas que corriam em direção aos caminhões. Segundo o Ministério da Saúde do território palestino, 112 pessoas morreram e 760 ficaram feridas.
“Este massacre atroz é um testemunho de que, enquanto o Conselho de Segurança estiver paralisado e vetado, isso está ceifando a vida do povo palestino”, afirmou o diplomata.
Segundo a Agence France-Presse (AFP), Mansour se reuniu com a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, e implorou para o Conselho de Segurança condenar o ocorrido e punir os responsáveis pelo o que classificou como massacre. Se o Conselho de Segurança tiver “coragem e determinação para impedir que estes massacres se repitam, o que precisamos é de um cessar-fogo“, afirmou Mansour.
Os Estados Unidos é um dos cinco membros permanentes do Conselho de 15 membros e dispõem de um direito de veto que, como maiores aliados de Israel, exerceram em três ocasiões até agora para impedir a aprovação de resoluções pedindo um cessar-fogo imediato no território palestino.
O incidente desta quinta se soma ao total de mortes de palestinos que, segundo o Ministério da Saúde, superou 30 mil, a maioria mulheres e crianças.
Comunidade internacional condena ataques
A Alemanha e a França pediram uma investigação sobre o incidente que vitimou mais de 110 vidas em Gaza. Itália, Espanha e China afirmaram que uma trégua é “urgente”, enquanto o último país garantiu a entrega de ajuda humanitária ao local.
A Arábia Saudita, condenou “os ataques das forças de ocupação contra civis indefesos”. A Liga Árabe criticou um “ato bárbaro e brutal que despreza totalmente a vida humana”. O Catar, um dos principais mediadores na guerra, pediu uma “ação internacional para acabar de maneira imediata com a agressão (israelense)”.
O Conselho de Segurança se reuniu em caráter de urgência depois que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, se declarou em “choque” com a tragédia e pediu uma “investigação independente eficaz”.