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Estado brasileiro pede desculpas por negligência com ossadas de vala clandestina da ditadura

A cerimônia oficial ocorre nesta segunda-feira (24) e pedirá desculpas oficiais aos familiares dos desaparecidos da ditadura enterrados na Vala Clandestina de Perus
A foto mostra profissionais do cemitério, policiais militares e agentes da Guarda Civil Metropolitana durante a retirada dos ossos da Vala de Perus, na cidade de São Paulo, em 1990.

A foto mostra profissionais do cemitério, policiais militares e agentes da Guarda Civil Metropolitana durante a retirada dos ossos da Vala de Perus, na cidade de São Paulo, em 1990.

— Reprodução / Governo Federal

24 de março de 2025

Nesta segunda-feira (24), a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, realizará um pedido oficial de desculpas pela negligência da União na identificação dos remanescentes ósseos da Vala Clandestina de Perus, na cidade de São Paulo. 

A área, localizada no Cemitério Dom Bosco, na Zona Noroeste da capital paulista, foi utilizada pelo regime militar, no período de 1964 a 1985. O local foi descoberto em 1990, quando mais de mil ossadas foram encontradas na região. 

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Segundo o Instituto Vladimir Herzog, aqueles que combatiam o regime eram enterrados como indigentes na vala, mesmo tendo ficha de identificação. Até o momento, somente cinco vítimas foram identificadas. 

As ossadas identificadas entre 1991 e 2018 pertencem a Dênis Casemiro, Frederico Eduardo Mayr, Flávio Carvalho Molina, Dimas Antônio Casemiro e Aluísio Palhano Pedreira Ferreira.

Após a descoberta e diversas denúncias sobre as condições precárias de armazenamento, as ossadas foram removidas para o Instituto Médico Legal (IML) do Estado de São Paulo. Posteriormente, os remanescentes ósseos foram transferidos para o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), em nome da União, pedirá desculpas aos familiares dos desaparecidos políticos durante a ditadura militar e à sociedade brasileira, pela omissão e negligência na condução dos trabalhos de identificação entre 1990 e 2014.

De acordo com o MDCH, o governo federal se compromete a viabilizar a continuidade da identificação dos presos políticos desaparecidos que foram enterrados no local, por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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