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Fim da escala 6X1 tem apoio de 70% da população e supera divisões ideológicas, aponta pesquisa

Segundo levantamento, o apoio popular é crescente após argumentos favoráveis pela diminuição da jornada de trabalho e conta com adesão da esquerda e direita
Manifestantes se reúnem em protesto pelo fim da escala 6x1, na Cinelândia, centro da cidade do Rio de Janeiro.

Manifestantes se reúnem em protesto pelo fim da escala 6x1, na Cinelândia, centro da cidade do Rio de Janeiro.

— Tânia Rêgo/Agência Brasil

5 de dezembro de 2024

Uma pesquisa conduzida pelo Projeto Brief, em parceria com a plataforma Swayable, revelou que o fim da escala 6×1 — modelo de jornada de trabalho que prevê seis dias consecutivos de trabalho por um de descanso — é apoiado por 70% da população brasileira. 

O estudo, realizado entre os dias 22 e 26 de novembro com 3.122 participantes de todo o país, apontou que a adesão à proposta supera divisões ideológicas, com apoio de 81,3% dos entrevistados que se identificam como de esquerda e 59,4% dos que se definem como de direita.

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O apoio cresceu significativamente quando os entrevistados foram expostos a argumentos favoráveis à proposta, alcançando 91,3% entre a esquerda e 71,5% na direita. Os responsáveis pelo levantamento concluíram que, nesse debate, o aspecto humanitário se mostrou mais relevante do que as diferenças político-ideológicas.

As mulheres demonstraram maior afinidade com o fim da escala 6×1 em comparação aos homens. Entre elas, o apoio chegou a 86%, enquanto entre eles foi de 76%. Além disso, a proposta é amplamente conhecida: 89% dos entrevistados afirmaram ter ouvido falar sobre o tema, que ganhou notoriedade nas redes sociais e está em discussão na Câmara dos Deputados.

Quando questionados sobre a resistência de empresas à proposta, 65,8% acreditam que o modelo atual favorece a exploração dos trabalhadores para maximizar lucros. Outro argumento amplamente aceito (68,1%) foi de que a elite econômica historicamente se opõe a avanços nos direitos trabalhistas.

Um contraponto frequente usado por críticos da mudança — a ideia de que a redução da jornada comprometeria a produtividade — também foi contestado pela maioria dos entrevistados. Para 77,6%, mais tempo para descanso resultaria em maior produtividade no trabalho.

Impacto nas percepções políticas

O levantamento também destacou mudanças nas percepções políticas dos entrevistados em relação à pauta. Entre aqueles que votaram em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, 44,6% afirmaram sentir maior identificação com a esquerda ao saber que a causa é defendida por membros do PSOL, partido que puxou o debate. Paralelamente, 64,6% dos eleitores de direita disseram que sua visão sobre a própria ideologia piora ao saber que representantes do campo conservador se opõem à medida.

A pesquisa foi conduzida de forma voluntária e anônima, com recrutamento feito via redes sociais. Os participantes forneceram informações sobre dados demográficos (raça, gênero e idade), preferências políticas e opiniões sobre a escala 6×1. A Swayable, plataforma internacional especializada em medir o impacto de conteúdos na opinião pública, auxiliou na análise dos resultados.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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