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Governo de SP defende no STF mudanças em edital de câmeras corporais da PM

Organização alegou que mudanças vão garantir mais privacidade aos policiais e melhor alocação de recursos
Imagem em plano fechado mostra a câmera corporal utilizada por agentes da Polícia Militar de São Paulo.

Imagem em plano fechado mostra a câmera corporal utilizada por agentes da Polícia Militar de São Paulo.

— Governo do Estado de São Paulo

5 de junho de 2024

O Governo do Estado de São Paulo defendeu nesta terça-feira (4) no Supremo Tribunal Federal (STF) o edital lançado em maio para a compra de novas câmeras corporais para a Polícia Militar. O documento determina que os agentes poderão escolher quando acionar os equipamentos. Dessa forma, a gravação pode ser interrompida durante as operações.

Na semana passada, as cláusulas do procedimento de compra dos equipamentos foram contestadas pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo e entidades de direitos humanos.

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Além disso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, estabeleceu diretrizes para a utilização das câmeras corporais, de modo a padronizar o uso dos equipamentos em todo o país. O regulamento estabelece 16 circunstâncias onde os equipamentos devem estar obrigatoriamente ligados, porém os estados têm liberdade para acatar às normas ou não.

Na manifestação enviada ao Supremo, a procuradoria do estado defendeu a manutenção do edital e disse que o certame é um avanço sobre o uso de câmeras pelos policiais.

O governo diz que o edital leva em conta os custos na compra de 12 mil câmeras, os gastos com o armazenamento das imagens e “momentos de privacidade dos policiais”.

“Também se objetiva a preservação de direitos, principalmente das mulheres policiais – com ampliação da governança e dos casos de acionamento, garantindo momentos de privacidade dos policiais, bem como melhor alocação de recursos, com aumento da quantidade de câmeras e menor custo para o erário, deslocando as despesas com armazenamento de vídeos de rotina (sem valor probatório) para equipamentos melhores”, afirmou o governo.

Para organizações como o Instituto Sou da Paz, Fogo Cruzado, Iniciativa Negra, Comissão Arns, entre outras, o edital altera radicalmente o projeto e “coloca em risco, exatamente, o que fez do “Programa Olho Vivo” uma das experiências mais bem sucedidas de compliance da atividade policial e com maior impacto no mundo todo”.

O relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) identificou a queda de 62,7% na letalidade policial, entre 2019 e 2022, com maior ênfase nas regiões onde as câmeras estavam em uso constante.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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