O Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciou um investimento de R$ 300 milhões para uma agenda de medidas de combate à fome e à pobreza direcionada às mulheres negras do país. Criada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a medida foi anunciada na quinta-feira (25), Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
De acordo com a pasta, o montante será investido em formações antirracistas e de letramento racial para gestores públicos e produção de pesquisas sobre políticas públicas de segurança alimentar com recorte específico de gênero e raça.
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O programa ainda pretende destinar recursos para a ampliação do cadastramento de comunidades tradicionais mais vulneráveis no Cadastro Único (CadÚnico) e para iniciativas de cozinhas solidárias. Para a ministra Anielle Franco, é necessário que o programa chegue em territórios quilombolas, periferias e nas comunidades dos povos de terreiros.
Durante o lançamento da agenda, a ministra explicou que a fome atinge aproximadamente 40% das casas chefiadas por mulheres negras.
“A gente vai investir em formação para os gestores, porque a gente sabe que os gestores e gestoras é que fazem chegar a política a quem está na ponta. Estudos e pesquisas e dados, porque a gente precisa dos dados para que a gente saiba onde está e onde a gente quer chegar. E o fomento para cozinhas solidárias e projetos liderados por mulheres negras, porque quem sabe melhor resolver o problema da fome é quem está no dia a dia com isso”, declarou a ministra.
Na ocasião, o ministro do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Wellington Dias, ressaltou que o combate à insegurança alimentar está alinhado a políticas de transferência de renda. Dias divulgou que, ainda em 2024, R$ 6,6 bilhões serão transferidos para pessoas em situação de vulnerabilidade através de iniciativas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“É preciso dar a mão para as pessoas saírem da fome, mas também para darem o passo seguinte, e saírem da pobreza. Isso tem como efeito o crescimento da classe média e do país. É preciso ir além, e dar condições para as pessoas progredirem”, comentou o ministro.