Nesta quinta-feira (20), deputadas de várias regiões fizeram uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que fez uma declaração violenta contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O caso ocorreu na sexta-feira (14), durante um evento no Amazonas, quando o senador afirmou ter vontade de “enforcar” Marina, após ouvi-la por mais de seis horas. A declaração foi em referência à CPI das ONGs, onde a ministra fez um discurso prolongado para os parlamentares.
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Após a repercussão negativa da fala, Valério afirmou não se arrepender do que disse e, em seguida, relativizou a situação, dizendo que sua fala foi em tom de brincadeira.
A ministra se manifestou sobre o caso durante o programa “Bom Dia, Ministra” e afirmou que declarações em discordância são aceitáveis em uma democracia, mas destacou que sua fala constitui uma forma de “incitação à violência contra uma mulher”. Ela ainda reforçou que “dificilmente isso seria dito caso o debate fosse com um homem”.
“É dito porque é com uma mulher preta, uma mulher de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que, em muitos momentos, confronta os interesses de alguns, no meu entendimento deveria ficar apenas no espaço da divergência política e não no incentivo a violência”, afirmou.
A representação
O documento assinado pelas parlamentares defende que o episódio não pode ser minimizado como um simples caso de agressão verbal. O grupo ainda complementa que a atitude do senador fere os princípios éticos do Congresso Nacional. A publicação menciona a Lei nº 14.192/2021, que estabelece normas para prevenir e combater a violência política contra as mulheres. Além disso, a declaração reforça que o discurso de incitação à violência configura um crime.
O documento foi assinado por nove deputadas, entre elas Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (P(PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos-CE), Gisela Simona (União Brasil-MT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade-PE), Tábata Amaral (PSB-SP) e Talíria Petroni (Psol-RJ). Além das parlamentares, o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) assinou a representação.
Em uma publicação nas redes sociais, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) manifestou apoio à ministra e afirmou que o ato de violência não pode ficar impune, destacando que o senador deve ser punido pela declaração.