Lideranças negras de diversos países da América Latina e do Caribe apresentam nesta quinta-feira (29) um conjunto de propostas da população afrodescendente para a COP 30. O documento será entregue ao Ministério das Relações Exteriores durante o II Encontro Vozes Afrodescendentes Rumo à COP30, que ocorre até sexta-feira, em Brasília.
A iniciativa é organizada pela Coalizão Internacional para a Defesa dos Territórios, Meio Ambiente, Uso da Terra e Mudanças Climáticas dos Povos Afrodescendentes (Citafro), em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
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O objetivo é fortalecer a atuação política das organizações afrodescendentes na agenda climática e incidir nos processos de negociação internacional, com foco na próxima conferência climática da ONU, que ocorrerá em Belém (PA) em 2025.
Na mesma ocasião, será lançada a Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultores Familiares, articulada por diferentes organizações da sociedade civil.
Eixos temáticos e articulação regional para a COP 30
As lideranças presentes discutem temas como o reconhecimento dos povos afrodescendentes como sujeitos de direitos no sistema internacional, a necessidade de financiamento climático direto, a segurança jurídica dos territórios tradicionais e a inclusão da população negra nas políticas públicas para a Amazônia.
Também há foco na participação dos povos afrodescendentes nos mecanismos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC), com estratégias para garantir voz e decisão nos espaços multilaterais.
A Citafro atua como articulação regional formada por organizações étnico-territoriais de 16 países, com o objetivo de inserir os povos afrodescendentes nos debates sobre clima, biodiversidade e desenvolvimento no âmbito das Nações Unidas.
Programação e homenagens
A programação do encontro inclui painéis temáticos, exposições, mesas de trabalho e rodadas de discussão sobre juventude, gênero, financiamento, comunicação e reconhecimento territorial. Também será celebrada a trajetória da CONAQ, que completa 29 anos em 2025.
Durante o evento, será lançado um documentário em homenagem à líder quilombola Mãe Bernadete, assassinada em Salvador em 2023. A atividade visa destacar o papel das mulheres negras na defesa de seus territórios e na construção de agendas climáticas antirracistas.
Participam do encontro lideranças de países como Brasil, Colômbia e Equador, além de organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o Geledés – Instituto da Mulher Negra e o Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT).