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Ministra Anielle Franco propõe ampliação da década dos afrodescendentes da ONU

Há a expectativa de que a quarta sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes aconteça no Brasil
Imagem mostra a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco em evento de afrodescendentes da ONU.

Foto: Pedro Borges/Alma Preta

18 de abril de 2024

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, propôs a ampliação da década de Afrodescendentes da ONU durante encontro do Fórum Permanente do tema em Genebra, Suíça. Chefe da delegação brasileira no encontro, Anielle apresentou os projetos desenvolvidos pelo ministério no Brasil e contou sobre algumas das iniciativas propostas para a ONU em entrevista à Alma Preta.

Para a ministra, o mundo passou por anos difíceis, com a pandemia da Covid-19, o Brasil em particular passou por dois anos de golpe, depois do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o que explica a necessidade da ampliação da Década de Afrodescendentes da ONU.

“Acho que esses pontos justificam o pedido. Agora, é esperar a avaliação da ONU e ver o que vai sair na declaração”. O pedido de Anielle Franco foi reforçado por outras pessoas durante o encontro em Genebra. A proposta é de que o novo período ocorra entre 2025 e 2034.

Para além do pedido formal do Ministério da Igualdade Racial, Anielle Franco fez esse chamado de ampliação da década na abertura do evento, na terça-feira (16). Durante o início da sessão, ela sinalizou que este “é o caminho mais concreto para garantir a continuidade e o aprofundamento de medidas nacionais, regionais e internacionais pelos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas afrodescendentes”.  

Anielle Franco participa do encontro pela terceira vez. A primeira, também em Genebra, no ano de 2022, atuava como representante da sociedade civil, à frente do Instituto Marielle Franco. No ano passado, em Nova York, na segunda edição, como ministra, e agora na terceira edição da reunião também neste cargo.

A ministra considera que o Fórum tem uma importância enorme, com a possibilidade de trocas de experiências entre os países, a ponto de considerar necessário fortalecer esse espaço para que o encontro, que ocorre pela terceira vez, tenha mais longevidade.

“É a importância da gente se unir, pensar transversalmente no mundo o combate ao racismo. Algo que está dando certo nas Bahamas pode dar certo no Brasil”, explica.

Um exemplo disso é o programa Juventude Negra Viva, lançado pelo governo federal em 21 de março de 2024. O encontro chamou atenção de participantes da Colômbia, que pediram para conhecer melhor a iniciativa a fim de pensar em formas de aplicar na realidade do país vizinho. “Isso é muito grandioso”, conta.

Expectativa de o Fórum da ONU ocorrer no Brasil

Há também uma expectativa para que o próximo encontro do Fórum Permanente para Afrodescendentes da ONU ocorra no Brasil. Esse foi um pedido do Fórum para a comitiva brasileira, que precisa dialogar sobre a possibilidade com o Itamaraty. “Agora, de fato, existe materialidade. Então, o meu papel, o meu dever de casa é chegar no Brasil e ir direto pro Itamaraty, para garantir que aconteça”, diz Anielle. 

O encontro deve ocorrer até abril de 2025 e a ministra deseja que o encontro discuta, inclusive, os reflexos da abolição da escravatura no país, por conta da possível proximidade entre o evento e a data do 13 de maio. “Acho que a gente sai daqui com vitórias e conquistas desse encontro do fórum”.

A comitiva do Ministério da Igualdade Racial conta com a presença de Márcia Lima, secretária de Políticas de Ações Afirmativas e Combate e Superação do Racismo, e Yuri Silva, diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo, além de outros assessores da pasta. Os dois também têm acompanhado as atividades gerais do Fórum e participado dos chamados eventos laterais, encontros organizados pela sociedade civil.

Imagem mostra Yuri Silva, diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo do Ministério da Igualdade Racial, e Márcia Lima, secretária de Políticas de Ações Afirmativas e Combate e Superação do Racismo.
Yuri Silva, diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo do Ministério da Igualdade Racial, e Márcia Lima, secretária de Políticas de Ações Afirmativas e Combate e Superação do Racismo. (Pedro Borges/Alma Preta)

No dia 15, um dia antes da atividade, a comitiva visitou a exposição Atlántico Vermelho, composta por uma coletânea de obras que apresenta o trabalho de 22 artistas negros, de todas as regiões do Brasil, com 63 obras, entre elas fotografias, esculturas e pinturas. A exposição foi organizada pelo Instituto Luiz Gama, a ONG Paramar e o Instituto Guimarães Rosa. 

Encontros bilaterais com representantes de nações como Colômbia e Estados Unidos ocorreram no dia 16, com a presença da ministra e outros integrantes do Ministério da Igualdade Racial.

  • Pedro Borges

    Pedro Borges é cofundador, editor-chefe da Alma Preta. Formado pela UNESP, Pedro Borges compôs a equipe do Profissão Repórter e é co-autor do livro "AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar", vencedor do Prêmio Jabuti em 2020 na categoria Artes.

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