A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou nesta segunda-feira (4) da abertura do Novembro Negro na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.
Em seu discurso, a ministra destacou as conquistas e desafios da luta antirracista e o papel fundamental das universidades no fortalecimento da diversidade e dos Direitos Humanos. Macaé chamou atenção para o impacto da política de cotas na ampliação do acesso à educação superior, ressaltando que o movimento negro foi decisivo para garantir maior inclusão nas universidades brasileiras.
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Durante o evento, a ministra enfatizou que a presença de estudantes negros nas universidades representa uma conquista importante, mas reforçou a necessidade de uma abordagem antirracista mais ampla dentro das instituições de ensino.
“Muitas vezes, as pessoas pensam que, em uma universidade como a UFMG, a luta antirracista se materializa nas cotas e na entrada de estudantes negros. Isso, sem sombra de dúvida, é muito importante. Porém, é necessário que a luta antirracista seja feita na universidade também do ponto de vista epistemológico e por meio da priorização de temas e pautas essenciais para a emancipação dos povos negros e indígenas”, declarou, segundo nota ministerial.
Macaé Evaristo sublinhou a importância de um ambiente acadêmico onde os saberes dos povos negros e indígenas possam ter espaço e contribuir para o fortalecimento da democracia e da dignidade humana.
“O nosso desejo é de um povo que, em sua pluralidade, tenha os seus direitos respeitados, tenha a sua humanidade respeitada”, acrescentou, em defesa de uma universidade que valorize todas as vozes e conhecimentos, sem perder a qualidade e a excelência.
Na mesma linha, a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, ressaltou a importância de uma luta antirracista constante no ambiente universitário, especialmente em tempos de retrocesso.
“Para nós, é algo óbvio, mas para muitas pessoas não é, então é sempre importante reiterar: a pauta antirracista é imprescindível para que possamos construir uma universidade e uma nação cada vez mais justa e mais equânime”, afirmou.
Ao final da conferência, o público recebeu a escritora Conceição Evaristo, que subiu ao palco para recitar, de improviso, um de seus poemas. Aclamada pelo público, Conceição compartilhou uma obra que dialoga com o tema da conferência e reforça a necessidade de resistência e luta por um Brasil mais inclusivo e respeitoso com sua diversidade.