O Ministério da Igualdade Racial (MIR) abriu inscrições para a primeira edição do Programa Kala-Tukula de Desenvolvimento de Lideranças para a Governança Global. A iniciativa busca fortalecer as capacidades de influência política de lideranças negras em espaços internacionais, com ênfase na 30ª Conferência das Partes (COP 30), que ocorrerá em Belém (PA) em novembro.
O programa é voltado para lideranças quilombolas, de povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana, povos ciganos e outras representações da comunidade negra. Ao todo, serão selecionadas 100 lideranças para integrar a formação, além da criação de uma lista de cadastro reserva com 20 nomes.
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As inscrições podem ser feitas online até o dia 9 de maio. O edital estabelece critérios de paridade de gênero, diversidade regional e representatividade dos diferentes biomas brasileiros. A seleção será composta por análise documental e entrevista virtual.
Distribuição de vagas
A seleção do Programa Kala-Tukula de Desenvolvimento de Lideranças para a Governança Global contempla diferentes segmentos da população negra.
Serão oferecidas 30 vagas para lideranças quilombolas, reconhecendo a importância histórica e política dessas comunidades na construção de alternativas sustentáveis e na defesa dos direitos territoriais.
Outras 15 vagas são destinadas a lideranças de povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana, com foco em representantes que atuam na preservação e difusão dos saberes ancestrais.
Mais 15 vagas estão reservadas para lideranças de povos ciganos, grupo historicamente marginalizado e com baixa representação em espaços institucionais.
Além dessas, 40 vagas serão ocupadas por lideranças de outras representações da comunidade negra, incluindo ativistas, acadêmicos, comunicadores, educadores e demais agentes de transformação social.
O edital prevê também critérios de paridade de gênero, diversidade regional e representatividade dos diferentes biomas brasileiros, garantindo uma composição plural do grupo selecionado.
Proposta pedagógica
O Programa Kala-Tukula oferecerá uma formação que inclui oficinas e seminários (presenciais e virtuais), mentorias voltadas à incidência internacional, curso de inglês instrumental adaptado ao público-alvo, simulações e atividades práticas de negociação.
Também será promovido o fortalecimento de redes e articulações com organizações da sociedade civil credenciadas à COP30.
Segundo o MIR, o nome do programa é inspirado na cosmologia Bakongo. “Kala representa o nascimento e o tempo de aprendizado, enquanto Tukula é o ápice da força e da liderança, um tempo de conexão direta com o mundo dos ancestrais”, explica em nota Paula Balduino, diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do MIR.