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MPF recorre ao STF para regularização de território quilombola em Sergipe

Recurso busca garantir demarcação das terras da comunidade Quilombo Ladeiras, que aguarda há quase 20 anos pela conclusão do processo
Prédio do Ministério Público Federal (MPF), em Sergipe. O órgão público recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a demarcação das terras do território quilombola de Ladeiras, em Sergipe, seja garantida após dois anos de conclusão do processo.

Prédio do Ministério Público Federal (MPF), em Sergipe. O órgão público recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a demarcação das terras do território quilombola de Ladeiras, em Sergipe, seja garantida após dois anos de conclusão do processo.

— Reprodução

17 de setembro de 2024

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), que considerou inadequada a intervenção do Judiciário no processo de regularização das terras quilombolas da comunidade Ladeiras, no município de Japoatã, Sergipe. 

O recurso, que ainda precisa ser admitido pela vice-presidência do TRF5, tem como objetivo garantir a conclusão do processo de demarcação e titulação do território.

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A ação civil pública, movida pelo MPF em Sergipe, visa obrigar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a União a finalizar a demarcação de terras, processo que se arrasta desde 2006, quando a comunidade obteve o Certificado de Autorreconhecimento pela Fundação Cultural Palmares. Segundo o MPF, a demora tem prejudicado a preservação da cultura local e aumentado o risco de conflitos fundiários.

Embora a Justiça Federal de Sergipe tenha determinado que o Incra e a União concluíssem o processo em até três anos, a Quarta Turma do TRF5 acatou os recursos dos réus, alegando que a intervenção judicial fere o princípio da separação dos poderes. 

O MPF, no entanto, contesta essa decisão e argumenta que a omissão do Estado na regularização das terras viola dispositivos constitucionais que protegem comunidades tradicionais.

O procurador regional da República José Cardoso Lopes, que assina o recurso, ressalta que a Constituição de 1988 permite a intervenção judicial em políticas públicas quando há omissão estatal, conforme já definido pelo STF no julgamento do Tema 698

O MPF defende que, apesar das normas legais existentes, o poder público tem falhado em garantir os direitos das comunidades quilombolas, destacando a necessidade de orçamento e ações efetivas para finalizar o processo de regularização.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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