Dois vereadores da extrema-direita apresentaram, na Câmara Municipal de São Paulo, projetos de lei que visam a proibição do funk em escolas e eventos financiados pela administração pública.
Sem citar diretamente qualquer gênero musical, os projetos de lei 26/2025 e 33/2025, dos vereadores Amanda Vettorazzo e Adrilles Jorge, ambos do União Brasil, propõem a proibição de músicas que façam menção à violência, ao crime organizado, às drogas e ao sexo.
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Para a Bancada Feminista do PSOL, embora uma série de gêneros musicais façam referências a tais temas, fica nítido que o alvo principal dos vereadores é o funk, expressão da cultura negra e jovem das periferias.
Os projetos ainda serão submetidos à votação na Câmara Municipal e deverão enfrentar a resistência das bancadas de oposição. Letícia Lé, covereadora da Bancada Feminista, explica que a proposição pode culminar na criminalização de expressões culturais da comunidade negra paulistana.
“O que vemos aqui é uma enorme hipocrisia e uma tentativa de disseminar pânico moral, criminalizando a cultura preta e periférica da cidade. A proposta de proibir o funk é mais um exemplo do racismo institucional. Nós, da oposição, vamos lutar para barrar mais esse retrocesso”, afirma a covereadora.
As propostas
A proposta do vereador Adrilles Jorge visa a proibição de músicas com conteúdo pornográfico, violento e de apologia às drogas nas escolas da rede municipal de ensino em São Paulo.
Já o projeto de lei apresentado pela vereadora Amanda Vettorazzo prevê a proibição da contratação de “shows, artistas e eventos abertos ao público infantojuvenil que envolvam, no decorrer da apresentação, expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas”.
O texto também determina que o município de São Paulo não poderá apoiar, patrocinar ou divulgar shows, artistas ou eventos de qualquer natureza que “envolva expressão de apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas”.