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Plataforma convoca candidatos a se comprometerem com a agenda climática

Campanha dá visibilidade a candidaturas comprometidas com o enfrentamento à crise climática e agrega mais de 50 organizações da sociedade civil
Imagem mostra uma mulher na frente de um notebook.

Foto: Divulgação

22 de setembro de 2024

O Brasil está em destaque na imprensa internacional por ter cidades com a pior qualidade do ar do mundo. Nas últimas semanas, mais de 200 cidades brasileiras tiveram umidade do ar inferior à do Deserto do Saara. As queimadas na Amazônia e no Cerrado, as densas nuvens de fumaça que invadem os horizontes das cidades em todo o país se tornaram pautas recorrentes nas redes sociais e na vida diária dos cidadãos, de Norte a Sul.

Neste cenário, mais de 50 organizações da sociedade civil colocaram na rua a campanha Vote pelo Clima, com o objetivo de reunir candidaturas municipais em torno da agenda de enfrentamento à crise climática e preservação do meio ambiente. 

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Lançada em 3 de setembro, a plataforma já aglutina mais de 600 candidaturas, mas ainda tem alguns estados sem representação e uma baixa aderência de candidaturas ao Executivo. De maneira prática, a iniciativa conecta o eleitorado a candidaturas comprometidas com a construção de políticas para enfrentar a crise climática e prevenir novos desastres.

A campanha propõe a incluir propostas aprofundadas e contextualizadas sobre o clima em suas agendas de campanha. A crise climática está cada vez mais presente no cotidiano dos centros urbanos. 

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou, nos últimos dias, 7.322 focos de incêndio no Brasil, que concentra 71% das queimadas na América do Sul. As secas nos rios da Amazônia atingiram o pior nível da história e, além dos prejuízos às populações ribeirinhas, já ameaça o abastecimento de energia elétrica para a região.

Até o dia do lançamento da plataforma, o INPE já havia mapeado mais de 145 mil focos de incêndio no Brasil, o maior índice desde 2005. Esse número é, ao mesmo tempo, causa e efeito da pior seca registrada no país desde 1950. 

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em agosto de 2024, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.840 enfrentaram secas moderadas a extremas. Além disso, a cheia histórica do Rio Guaíba, no mesmo ano, afetou 461 municípios no Rio Grande do Sul, provocando mais de 180 mortes e desalojando mais de 700 mil pessoas. 

Desastres ambientais e extremos climáticos frequentemente atraem atenção para a gestão federal, mas é a atuação dos governos municipais que impacta de forma direta e concreta a prevenção das causas e a mitigação dos efeitos da crise climática.

Pela Constituição Federal, a gestão municipal é responsável pela regulamentação de questões ambientais específicas ao contexto local e pela gestão dos recursos naturais dentro de seus limites territoriais, inclusive complementando as legislações federais e estaduais. 

Criada pelo Clima de Eleição em 2020, a campanha está em sua terceira edição e registrou mais de 400 candidaturas nas eleições nacionais de 2022. A mobilização, neste ano, acontece através de uma parceria com o NOSSAS, e apoio de outras instituições como o Observatório do Clima, ClimaInfo e Pacto pela Democracia.

Após a inscrição, o cadastro das candidaturas passa por uma análise para verificar se a candidatura está regularizada legalmente junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e só após essa confirmação ela é disponibilizada na plataforma para consulta pelo eleitorado.

A plataforma possui ainda um filtro que impede que candidaturas com registros de crimes ambientais e discursos de ódio possam se cadastrar. O cadastro na plataforma pode ser feito gratuitamente por concorrentes de todo o Brasil, diretamente no site votepeloclima.org

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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